A fábrica de telemóveis com cortiça da Iki Mobile em Coruche foi hoje inaugurada com a presença do ministro da Economia e vai avançar com 36 trabalhadores, dos quais 22 estarão envolvidos no processo de produção, e deverá produzir entre 34 e 36 mil dispositivos mensalmente nos primeiros meses.

“Em velocidade cruzeiro temos capacidade de produzir 100 mil telemóveis por mês”, mas nos primeiros meses do arranque oficial da unidade de Coruche, Santarém, a empresa estima fabricar “entre 34 e 36 mil”, referiu o empresário que adiantou que será o mercado “a ditar” o ritmo. A informação já tinha sido avançada à Lusa e foi hoje confirmada na inauguração onde o SAPO TEK esteve presente.

Tito Cardoso, CEO da IKI Mobile, acredita que este é um “momento que poderá ter bastante impacto no desenvolvimento do setor da tecnologia, tanto em Portugal como na Europa”, até porque a primeira unidade de produção de telemóveis da marca portuguesa representa um investimento de 1,6 milhões de euros.

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Com duas candidaturas sem resposta do Portugal2020, cinco sócios decidiram avançar com o projeto antes do financiamento e realizaram o investimento inicial da fábrica que quer ser “conhecida como uma marca portuguesa, mas também como de Coruche”, pelo que será dada prioridade aos trabalhadores daquela localidade.

A inauguração contou com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que fez uma visita guiada à fábrica e aos espaços de produção.

Em Coruche vão ser produzidas as estruturas dos telemóveis, será feita a prova de resistência do produto e a assemblagem (montagem), bem como o desenvolvimento do software do dispositivo.

E se a unidade de produção que a Iki Mobile utiliza na China produz, essencialmente, para países da região, a unidade portuguesa vai produzir telemóveis para “Europa, África, América do Norte e alguns países da América do Sul, como por exemplo o México”, adiantou o responsável. O mercado árabe também será destino dos produtos produzidos em Portugal.

Não obstante a garantia de que “não vamos ter nunca um produto 100% português, isso não é possível” e da necessidade de importar alguns componentes, Tito Cardoso quer comprar em Portugal tudo o que fôr possível, com a cortiça que é usada na parte de trás do smartphone e em alguns componentes internos a ser adquirida em Coruche, “a capital da cortiça”.

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Apesar da faturação de 2017 ainda não estar fechada, o CEO revelou à Lusa que a Iki Mobile “ultrapassou os quatro milhões de euros”, ou seja, “mais 35%” do que em 2016.

A empresa, que exporta 95% dos equipamentos, vai estar presente na edição deste ano do Mobile World Congress (MWC) de Barcelona onde vai “representar a floresta portuguesa”, com o montado, uma vez que os telemóveis da marca incluem cortiça na sua estrutura.

O telemóvel mais barato da marca IKI Mobile custa €16,99 e o mais caro €250. A nova gama de topo irá custar entre 340 a 360 euros.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada durante a inauguração que ainda decorre em Coruche.