A Microsoft admitiu finalmente que o lançamento do seu tablet Surface com o novo sistema operativo Windows 8 "pode enfraquecer" as relações da empresa com os seus parceiros OEM, reduzindo o suporte da indústria dos PCs ao sistema operativo Windows.

É a primeira vez que a empresa liderada por Sete Ballmer admite esta potencial situação, mas não o fez em nenhuma conferência de imprensa ou evento oficial: foi necessário consultar o Relatório Anual entregue ontem na Securities and Exchange Commission para confirmar as reservas da Microsoft sobre esta questão. Algo que o jornal norte-americano New York Times fez…

"Os nossos dispositivos Surface vão competir com produtos fabricados pelos nossos parceiros OEM, o que poderá afetar o seu comprometimento com a nossa plataforma" pode ler-se na página 14 do relatório, com 100 páginas.

Esta admissão - embora curta - por parte da Microsoft, relativamente à relação futura com os parceiros OEM após o lançamento do Surface, vem agitar ainda mais a discussão relativa aos efeitos que a estratégia da empresa no hardware pode ter sobre o Windows.

É como um equilíbrio de forças que a empresa tem que fomentar, mantendo a sua aposta no Surface mas acenando paralelamente aos fabricantes de PCs, como se pode ler numa recente declaração de Steve Ballmer, feita durante a keynote de abertura da Worldwide Partner Conference 2012: "a importância dos milhares de parceiros que possuímos e que produzem computadores com Windows não diminuirá".

"O Windows 8 é simplesmente o maior negócio da nossa empresa nos últimos 17 anos (…) Creio que é um grande negócio para os nossos clientes, em termos dos novos cenários que permite. E creio que é uma enorme oportunidade, uma enorme oportunidade para os nossos parceiros. Fixem bem isto. E estas serão as duas coisas que eu creio irão ter impacto em todos os nossos parceiros (…)" - concluiu Ballmer.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico