Na próxima década, o conceito do emprego a tempo inteiro, “das nove às cinco”, num ambiente de escritório tradicional, será em grande medida esquecido. Até 2025, os millennials vão representar mais de 50% da força de trabalho, redefinindo a cultura empresarial em torno de modelos de trabalho flexíveis. As organizações estão cientes das mudanças em curso e preparam estratégias, como mostra um relatório da PAC realizado em parceria com a Fujitsu.
Entre os mais de 1.200 decisores de empresas privadas e do sector público na Europa, Oceânia e Estados Unidos, inquiridos estiveram gestores portugueses, que mostraram as suas preocupações e intenções para administrar da melhor forma o local de trabalho nos próximos 10 anos.
As organizações em Portugal afirmam que as suas estratégias não estão a corresponder às expectativas em várias áreas. A maioria dos participantes no estudo admite que as práticas de trabalho não são suficientemente flexíveis para tirar o melhor partido dos seus colaboradores, e também consideram que tecnologia desatualizada está a travar a progressão do negócio.
Uma das principais conclusões é que a cibersegurança está a atuar como travão da produtividade, com quase metade dos líderes empresariais e tecnológicos portugueses a considerarem que tem um impacto negativo, valor que os promotores do estudo consideram como “preocupantemente elevado”.
De acordo com os gestores, quando os colaboradores são colocados perante procedimentos de autenticação de segurança complexos ou mais consumidores de tempo, quando tentam desempenhar uma tarefa urgente ou com um prazo particularmente apertado, podem sentir-se encorajados a adotar caminhos não conformes às regras e seguir por “atalhos”.
O relatório mostra ainda que as empresas portuguesas estão a alterar significativamente as políticas corporativas e as suas estratégias tecnológicas no local de trabalho, a pensarem no futuro. À medida que as novas gerações se tornam presença dominante na força de trabalho, mais de 70% das organizações planeiam adaptar as políticas atuais para fornecer um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, uma experiência de local de trabalho mais ágil e atrativa, e acesso instantâneo a informação. A necessidade de impulsionar a inovação rapidamente está a forçar as empresas a olhar para lá das paredes da sua organização e quase dois terços das empresas portuguesas (63%) implementaram ou preveem implementar o crowdsourcing e a inovação aberta como forma de criar novos produtos e serviços.
A maioria dos negócios em Portugal pretende melhorar a sua abordagem à segurança através da implementação de tecnologia biométrica e análise comportamental e contextual, de modo a proporcionar uma abordagem menos intrusiva e mais eficaz à autenticação.
Para criar uma experiência de local de trabalho mais atrativa que apoie uma melhor colaboração e produtividade, uma parte substancial planeia investir em áreas como as plataformas sociais empresariais (69%), a automatização de processos robóticos (40%) e assistentes virtuais digitais (38%) nos próximos dois anos.
O estudo identificou várias lacunas nas estratégias locais de trabalho, que devem ser colmatadas com urgência através de uma nova abordagem às TI, defendem os promotores. “O local de trabalho atual não está preparado para suportar uma força de trabalho fluida e flexível, e as atuais abordagens à segurança estão a travar os colaboradores”.
Aponta-se ainda que as organizações não estão preparadas para uma maior diversidade geracional e não estão a corresponder às expectativas em gestão do conhecimento. “Todavia, mais de metade das empresas portuguesas planeia remodelar as suas estratégias para ir ao encontro das novas exigências do local de trabalho do futuro.
“Estas estratégias irão aproveitar a inovação em IA e a conectividade inteligente, mas não podem ignorar questões essenciais como a redução da dependência de uma tecnologia envelhecida que continua a atrasar a sua capacidade de inovação e de adaptação”, refere a Fujitsu.
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