O investimento da North Bridge junta-se ao de outros investidores, como a Portugal Ventures e a Espírito Santo Ventures, capitais de risco que já faziam parte do portfólio de acionistas da empresa. Os 55 milhões de dólares (50,3 milhões de euros) aplicados na software house portuguesa são a verba necessária para assegurar as necessidades da empresa nos próximos quatro a cinco anos, num mercado que está a crescer rapidamente em todo o mundo.

A Outsystems mantém uma plataforma de desenvolvimento rápido de aplicações (RAD), que já assegura uma posição de destaque a nível global no suporte ao desenvolvimento de soluções móveis, mas a empresa liderada por Paulo Rosado quer ganhar destaque em mais duas áreas: Machine Learning e Internet das Coisas.

Num encontro com a imprensa, o responsável explicou que o capital “vai ser canalizado para tudo o que é considerado investimento em escala”. “Estamos num momento muito bom. Estamos a ter tantas solicitações que para acompanhar o mercado temos de reforçar”, acrescentou Paulo Rosado, explicando que este reforço de capacidade será extensível à generalidade das áreas da empresa, das vendas ao suporte, passando pela investigação e desenvolvimento.

A plataforma da Outsystem é usada em 450 empresas de 25 países, distribuídas por 22 indústrias, mas é no mercado norte-americano que a empresa identifica maior potencial de negócio e mais concorrência, pelo que é aí que vai focar boa parte dos esforços de crescimento nos próximos anos.

Paulo Rosado acredita que o investimento da North Bridge cria condições para levar a Outsystems para um novo nível, consolidando uma posição de liderança mundial num mercado onde a tecnológica portuguesa está bem implementada e ainda tem pouca concorrência. Sem avançar detalhes relativamente ao volume de negócios da companhia ou às estimativas de crescimento para o próximo ano, o responsável admite que as empresas que conseguem, como a Outsystems quer fazer, posicionar-se na liderança de mercados emergentes de crescimento rápido e com grandes oportunidade de escalabilidade atingem volumes de faturação na ordem dos 100 a 150 milhões de dólares.

A estratégia da tecnológica para os próximos anos está essencialmente virada para fora de Portugal, onde já assegura a maior parte do seu volume de negócios, mas a intenção é manter a sede no país e toda a área de engenharia. Neste momento a companhia tem em aberto 150 posições, metade são oportunidades de emprego em Portugal, onde Paulo Rosado garante que continua a ser fácil encontrar recursos muito qualificados, embora admita que o ecossistema de startups tem vindo a intensificar a concorrência por talentos.    

A Outsystems foi fundada em 2001. A sua plataforma de desenvolvimento rápido acelera o desenvolvimento e a alteração de aplicações web e para os principais sistemas operativos móveis. Está disponível na cloud (pública e privada) e on premise e chega aos clientes de forma direta ou através de uma rede de parceiros, que neste momento integra 135 empresas.  O reforço da rede de parceiros é outra das grandes prioridades do investimento agora recebido pela tecnológica portuguesa, que não revela detalhes sobre a participação acionista que a North Bridge passa a deter.