Em 2010 a Miniclip abriu em Portugal um estúdio com apenas 5 pessoas que estava focado numa área que era ainda uma promessa, o desenvolvimento de jogos para telemóveis. Doze anos depois a empresa inaugurou uma nova sede no TagusPark, em Oeiras, para os 321 colaboradores e com capacidade para crescer.
Só nos últimos três anos o número de colaboradores em Portugal duplicou e por isso a empresa está a dar um novo passo no crescimento, e na afirmação do estúdio dentro da empresa que tem múltiplas localizações pela Europa.
“Portugal foi o primeiro estúdio mobile, em 2010, e foi chave na transição da Miniclip para esta área”, explicou ao SAPO TEK Marius Manolache, COO da Miniclip em Portugal. A empresa começou no Reino Unido, primeiro com jogos web, e fez nos últimos anos a transição para as plataformas de telemóveis, que são agora dominantes no negócio.
Apesar do crescimento, o COO explica a preocupação que tem para encontrar talento em Portugal. Inicialmente, em 2010, Portugal tinha um grande potencial para encontrar bom talento em engenharia e a localização, com a proximidade do Instituto Superior Técnico no Taguspark, era uma mais valia. Mesmo assim houve dificuldade em encontrar pessoas noutras áreas mais de mobilidade e Marius Manolache diz que foi preciso ser criativo, treinando pessoas ou realocando-as de outras áreas.
Veja as imagens da nova sede da Miniclip
“Hoje é mais difícil encontrar pessoas, competimos globalmente pelo talento […] quanto maior é a dimensão [da empresa] pior é, mas há também uma oportunidade de trazer talento de fora”, afirma o responsável pelas operações em Portugal. Um ponto positivo é a boa relação com as universidades, com as quais a Miniclip tem parcerias, como o IST, a Universidade Autónoma, a da Beira Interior e Universidade do Porto. “São parcerias valiosas para os dois lados”, explica.
A dificuldade de recrutar pode ser um dos obstáculos para um crescimento mais rápido, e Marius Manolache não quer arriscar projeções mesmo a dois ou três anos. “Vamos continuar a investir. Temos confiança no mercado e queremos continuar a investir cá. Não consigo dizer quanto vamos crescer, depende do talento, mas queremos ter mais títulos de sucesso e esperamos mais hits”, sublinha o responsável pelas operações.
O jogo 8 Ball Pool, que começou ainda como jogo flash, é o maior sucesso do estúdio, e foi em Portugal que se fez a mudança para mobile. “Há milhões de pessoas a jogar todos os dias”, explica Marius Manolache, afirmando que ainda é o maior jogo do estúdio e que grande parte da equipa em Portugal continua focada no seu desenvolvimento.
A empresa está a olhar para novas áreas, como a realidade virtual, mas continua focada em mobile. “Estamos onde os utilizadores estão”, defende o diretor de operações. Para diversificar os títulos de jogos a Miniclip tem feito aquisições e continua à procura de oportunidades, que passam por encontrar um estúdio certo ou uma equipa certa para integrar, o que pode também acontecer em Portugal.
“Continuamos a observar as tendências, o que vem ai, e sabemos que depois da transição para mobile podemos ter de fazer outro salto de tecnologia”, admite Marius Manolache.
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