As empresas em questão são a Hikvision e a Dahua. Ambas desenvolvem soluções de videovigilância e fornecem tecnologia ao Governo chinês, que aledamente a usa para controlar a população local, nas zonas onde as minorias etnicas são alvo de forte discriminação. Um grupo de 67 parlamentares britânicos, onde estão vários ex-ministros, pede agora ao Governo para banir equipamentos das duas marcas no país seja bloqueada.

Se o bloqueio avançar, no entanto, as escolas britânicas podem ter um problema para resolver, bem como muitos outros organismos oficiais. Um estudo recente do grupo Big Brother Watch revela que as empresas estão entre os principais fornecedores de tecnologia de videovigilância para os circuitos fechados de televisão de vários organismos oficiais.

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Segundo os números, a tecnologia das empresas equipa 73% dos British Council 's, 57% das escolas secundárias inglesas, seis em cada 10 NHS trust (estruturas do sistema nacional de saúde), bem como em universidades e forças policiais.

O Governo chinês é acusado de manter em cativeiro, e sujeitos a trabalhos forçados, mais de um milhão de cidadãos de minorias étnicas. O país nega as acusações e refere-se a estes locais como campos de reeducação, usados no combate a ameaças terroristas.

Um relatório de uma comissão governamental no ano passado já tinha recomendado que os equipamentos das duas marcas deixassem de ser vendidos no Reino Unido, porque a tecnologia é usada nestas infraestruturas. O Governo reagiu dizendo que tinha conhecimento das supostas ligações, mas não agiu.

Os 67 parlamentares que agora se juntaram para pressionar o Governo a tomar medidas neste caso, querem também uma revisão da legislação local sobre o uso de circuitos fechados de televisão no Reino Unido.

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As duas empresas visadas na polémica têm desvalorizado as acusações e garantido que cumprem todas as normas internacionais nos processos que controlam. Como já admitiu a Hikvision, depois de vender os equipamentos, a marca não consegue controlar a forma como os clientes os usam.