O mês de abril encerrou, como habitual, com as apresentações de resultados trimestrais. As três maiores tecnológicas americanas superaram as expectativas, animaram os mercados e ainda deram bons indicadores para o resto de 2025, lembrando que têm muitos milhões para investir.

A Alphabet, dona da Google, é um dos exemplos. Superou as expectativas de receitas e lucros, tanto graças ao crescimento dos negócios de publicidade como de cloud. As receitas para o período entre janeiro e março fixaram-se nos 90,2 mil milhões de dólares, mais 12% que no mesmo período do ano passado. Os lucros alcançaram os 34,5 mil milhões de dólares, a crescer 46%.

No que se refere especificamente à cloud, que já se afirmou como mais um motor de crescimento para a gigante americana, as receitas cresceram 28%, para 12,3 mil milhões de dólares. As receitas de publicidade continuam no entanto a ter a fatia de leão deste imenso bolo, e valeram 66,9 mil milhões de dólares no período.

Os resultados da Microsoft também superaram as expectativas e a cloud também foi um dos grandes impulsos. As receitas totais da empresa no período cresceram 13% para 70,1 mil milhões de dólares. Os lucros ascenderam a 25,8 mil milhões, mais 18% que em igual período do ano passado.

As receitas do negócio Azure avançaram 33% e a empresa revelou que a inteligência artificial já contribui em 16 pontos percentuais para este número, quando no trimestre anterior representava 13 ppc. Ainda assim, frisou que não foi o investimento dos clientes em soluções de IA que “puxou” pelos resultados do primeiro trimestre. O mérito é dos investimentos em soluções cloud. As receitas globais do negócio de cloud da Microsoft valeram no período 42,4 mil milhões, mais 20% que há um ano.

A Meta fechou os primeiros três meses do ano com vendas de 42,3 mil milhões de dólares, também aqui, acima das previsões do mercado. E reviu em alta as previsões de investimento para o resto do ano.

A dona do Facebook estima agora investir entre 64 mil milhões e 72 mil milhões de dólares no ano fiscal, uma atualização que se deve à necessidade de reforçar o investimento em centros de dados e assegurar suporte ao crescimento dos projetos à volta da inteligência artificial. Sobre este tema, a empresa também revelou que o seu assistente de IA já soma perto de 1000 milhões de utilizadores mensais ativos.

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"O ritmo de progresso em todo o sector e as oportunidades que temos pela frente são surpreendentes. Quero ter a certeza de que estamos a trabalhar de forma agressiva e eficiente, e também quero ter a certeza de que estamos a construir as melhores infra-estruturas e equipas", sublinhou Mark Zuckerberg aos investidores numa conversa citada pela Reuters.

Voltando à Alphabet, dona da Google, também houve um destaque especial para a IA na apresentação de resultados da empresa. Desde logo, para reafirmar que este ano a companhia quer investir 75 mil milhões de dólares na tecnologia.

"Este trimestre foi muito empolgante, pois lançámos o Gemini 2.5, o nosso modelo de IA mais inteligente, que está a alcançar avanços no desempenho e é uma base extraordinária para a nossa inovação futura", admitiu Sundar Pichai, na nota divulgada. "A pesquisa teve um forte crescimento contínuo, impulsionado pelo interesse que estamos a ver em recursos como AI Overviews, que agora tem 1,5 mil milhões de utilizadores mensais", acrescentou o CEO, mostrando que o grupo está a conseguir tirar partido da IA para alimentar as diferentes vertentes do negócio.

A reação dos mercados aos resultados das três gigantes da tecnologia foi igualmente positiva, com impacto direto no valor das ações, uma reação que também se fez sentir após a divulgação de resultados da Nvidia, que fabrica muita da tecnologia que as empresas apoiadas no boom da IA estão a usar.

Nos primeiros três meses do ano, a fabricante de processadores aumentou as receitas em 78%, para 39,3 mil milhões de dólares. Os lucros cresceram 80% para 22,1 mil milhões.

A mesma relação causa/efeito sentiu a Tesla há dias também, quando deu a conhecer os primeiros resultados do ano, mas em sentido inverso. Em contraciclo com as tecnológicas, as receitas da Tesla caíram 9% no trimestre para 19,3 mil milhões de dólares e a empresa admite que as novas tarifas de importação americanas podem continuar a impactar o negócio.