Foi apresentado esta manhã, num auditório do Ministério da Educação o estudo "As Tecnologias de informação e Comunicação, Utilização pelos Professores". Realizado ao longo do ano lectivo de 2001/2002 por Jacinta Paiva, uma investigadora que contou com o apoio do Programa Nónio Século XXI, do Departamento de Avaliação Prospectiva
e Planeamento do Ministério da Educação (DAPP), o estudo foi ainda apoiado pelo Centro de Competência Softciências e do Grupo de Ensino e História das Ciências do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra.



Entre as várias e extensas conclusões apresentadas no estudo destaca-se o facto dos professores usarem ainda pouco as Tecnologias da Informação e da Comunicação no contexto educativo. Só 26 por cento dos professores afirma usar as tecnologias na sala de aula, sendo no primeiro ciclo (do primeiro ao quarto ano) que esse uso é mais intenso, representando 42 por cento do total, enquanto que no segundo e terceiro ciclos e no secundário se obtém uma taxa de 17 e 24 por cento, respectivamente.



Além desta reduzida percentagem de utilização de computador na sala de aula, o estudo mostra ainda que mesmo os professores que usaram o computador no âmbito do contexto educativo o fez raramente, revelando apenas 19 por cento tê-lo usado mais de quatro vezes em 2001.



A utilização do computador é, porém, superior na preparação das aulas e a nível de ferramenta de produtividade pessoal. A maioria dos professores afirma ter equipamento informático em casa, com 88% a referir a posse de computador, 83% impressora, 57% ligação à Internet, 43% tem scanner, 27% gravador de CDs e 14% de DVD.



A grande maioria usa o computador para preparar as aulas, com 81 por cento dos inquiridos a afirmá-lo, sendo que 94 por cento destes prepara fichas e testes, 54 por cento realiza pesquisas na Internet sobre a sua disciplina e 20 por cento prepara apresentações.



No estudo, foi ainda possível apurar que cerca de metade dos professores (48%) diz que usa o computador entre 0 e 3 horas por semana, 23 por cento afirma que o tempo gasto vai entre as 3 a 5 horas semanais e 16 por cento contabiliza entre 5 a 10 horas por semana a trabalhar no computador. Só 13 por cento referiram uma utilização superior a 10 horas por semana.



Questionados em relação aos obstáculos na escola para a introdução das TIC, os professores referiram principalmente a falta de meios técnicos (43%), seguindo-se a falta de recursos humanos. Vinte por cento dos inquiridos apontou ainda a falta de formação específica para a integração das TIC junto dos alunos, enquanto 10 por cento referiu a falta de motivação dos professores e sete por cento a falta de software e recursos digitais apropriados.

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