Os mais recentes resultados financeiros da Meta, casa-mãe do Facebook, ficaram aquém das expetativas, tanto da própria empresa como dos investidores. No último trimestre de 2021, a empresa liderada por Mark Zuckerberg registou lucros na ordem dos 10,3 mil milhões de dólares, representando uma queda de 8% em comparação com o mesmo período em 2020.

Ainda hoje, a bolsa de Nova Iorque negociava em baixa no início da sessão, penalizada por uma queda de cerca de 25% das ações da Meta após a apresentação dos resultados, avançou a Lusa. A queda em bolsa que o grupo registou pode significar menos 200 mil milhões de dólares de capitalização.

Apesar de ver um crescimento de 20% nas receitas, que subiram para 33,67 mil milhões de dólares, a empresa perdeu mais de 10 mil milhões de dólares numa das áreas mais importantes para o desenvolvimento do seu Metaverso, a Reality Labs. Durante o ano passado, este departamento especializado em realidade aumentada e virtual trouxe apenas 2,3 mil milhões de dólares em receitas.

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A empresa registou uma desaceleração no crescimento do negócio da publicidade. Nos últimos três meses de 2021, as receitas da publicidade registaram um crescimento de 20%, o mais baixo desse ano, totalizando 32,6 mil milhões de dólares.

De acordo com a Meta, o seu negócio da publicidade poderá sofrer um forte impacto em 2022 devido às mudanças implementadas pela Apple no iOS com a funcionalidade App Tracking Transparency, traduzindo-se numa perda de 10 mil milhões de dólares nas receitas ao longo do ano.

Pela primeira vez, a gigante tecnológica também registou perdas no número de utilizadores ativos diários no Facebook: de 1,93 mil milhões no terceiro trimestre de 2021 para 1,92 mil milhões nos últimos três meses desse ano.

Meta | Resultados financeiros | Último trimestre de 2021
créditos: Meta

Mark Zuckerberg atribuiu o resultado à concorrência acrescida por parte do rival TikTok. O responsável indicou que a empresa estava a passar por um período de transição nos seus serviços, tendo em vista um formato de vídeos mais curtos, como os do Reels no Instagram, que, segundo o mesmo se apresentam como o tipo de conteúdo que está a crescer mais rapidamente, mas que ainda não conseguem ser tão bem monetizados quanto as Stories o ou próprio Feed.

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Mesmo assim, em comparação com o trimestre homólogo em 2020, o número de utilizadores diários ativos no Facebook cresceu 5%. Já os utilizadores mensais ativos também subiram para 4%, para 2,91 mil milhões.

No que toca aos utilizadores diários ativos da “família” de apps sociais da Meta, a empresa também registou um crescimento de 8% em comparação com o último trimestre de 2020, subindo para 2,82 mil milhões. Os utilizadores mensais ativos subiram 9%, para 3,59 mil milhões.

No que toca a previsões para o futuro, a Meta espera um crescimento lento nos resultados do primeiro trimestre de 2022, entre 3 e 11%, tendo em conta o impacto no seu negócio da publicidade e da concorrência por parte de outras plataformas digitais.