O Computer Systems Policy Project apresentou ontem um relatório que reage ao conturbado debate sobre a deslocalização de empregos tecnológicos dos Estados Unidos, para países de mão-de-obra mais barata. Este relatório conclui pela importância de manter abertas as portas ao mercado internacional, como forma de assegurar a competitividade das empresas norte-americanas, na economia global.
No seu relatório, a organização - que inclui executivos de topo de empresas como a Intel, a Dell ou a HP - inclui um conjunto de recomendações para apreciação do Congresso, que serão também discutidas no seio da própria organização ao longo do próximo mês num encontro semi-anual. Estas recomendações deverão tornar-se o principal argumento dos grupos de pressão da indústria junto do legislador.
Uma das linhas de pensamento ali constantes alerta para que nos "períodos de crise económica e maior preocupação com as questões de segurança seja notória a protecção de sectores e mercados específicos, o que limita os negócios e colaboração internacional". O relatório diz igualmente "que os países que optam pelo proteccionismo, neste tipo de cenário, eliminam a inovação e bloqueiam o desenvolvimento das suas indústrias imprimindo-lhes menores potencialidades de crescimento económico e taxas de desemprego mais elevado", escreve o C|Net.
A discussão sobre o tema tem subido de tom nos últimos meses e ganhou particular revelo depois de ter sido tornado público que algumas das maiores empresas domésticas do sector já deslocalizaram milhares de postos de trabalho para países como a China ou a Índia e têm planos para continuar a estratégia nos próximos anos, afectando sobretudo áreas como os call centers e programação.
Depois de conhecidas várias posições sobre o assunto, onde se incluem os sindicatos e associações de trabalhadores das empresas em causa, associações empresariais e comerciais (ver notícias relacionadas) surgem também as primeiras queixas de clientes que acusam as empresas que optaram pelo outsourcing de quebra de qualidade de serviço, problemas de comunicações, uma queixa referente aos call centers.
O relatório da CSPP parece não apoiar estas posições e conclui que "qualquer tentativa para criar barreiras às empresas norte americanas é um meio para travar a competitividade em termos globais e poderá levar a retaliações por parte dos parceiros de negócio internacionais e, em última análise, ter consequências na economia mundial".
O documento considera que no actual ambiente económico os clientes das empresas de tecnologia pressionam os vendedores a baixar os preços dos produtos e a apresentarem maior variedade, sendo em parte responsáveis pelo endurecimento das regras de concorrência. É também mencionada a necessidade das empresas americanas cobrirem "necessidades geográficas, culturais e de fuso horário para a satisfação do cliente global".
A menção às elevadas habilitações e competências dos recursos humanos estrangeiros, utilizados em muitas empresas americanas que optam pelo outsourcing é também feita em jeito de recomendação ao Congresso. Para os autores do relatório as entidades governamentais deveriam agir quer do lado das empresas - promovendo a inovação - quer do lado dos empregados - preparando programas de educação e formação - como forma de contribuir para a fixação de empregos no país.
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