Em janeiro, a Xiaomi foi adicionada à “lista negra” do Departamento da Defesa dos Estados Unidos. Agora, em resposta à decisão, a fabricante chinesa decidiu abrir um processo judicial contra o Departamento da Defesa e contra do Departamento do Tesouro do país.
No processo aberto no tribunal distrital para o distrito de Columbia, a Xiaomi exige ao governo norte-americano que a remova da lista, reiterando que não é controlada nem tem ligações ao exército chinês. A fabricante defende que a decisão tomada ainda pela administração Trump foi “ilegal e inconstitucional”.
Com a entrada na “lista negra” do Departamento da Defesa, de onde também consta a conterrânea Huawei desde 2019, as empresas norte-americanas passam a ter restrições em matéria de investimentos na Xiaomi.
No entanto, ao contrário da Xiaomi, a Huawei também se encontra na “lista negra” do Departamento do Comércio, impedindo as empresas norte-americanas ou que utilizem tecnologia produzida nos Estados Unidos de realizar negócios com a fabricante. Por outro lado, a Huawei também se vê proibida de importar produtos norte-americanos.
A Xiaomi argumenta que as restrições ao investimento, que entram em vigor a partir de 15 de março deste ano, poderão causar “prejuízos irreparáveis”. “As relações estratégicas com entidades financeiras norte-americanas, um aspeto crítico para a empresa continuar a crescer num mercado altamente competitivo, serão significativamente danificadas”, defende a fabricante.
A entrada na “lista negra” do Departamento da Defesa teve um forte impacto negativo na cotação da Xiaomi na bolsa de valores, com o valor das suas ações a apresentar uma descida na ordem dos 10% no dia em que foi anunciada a decisão. As fortunas dos seus executivos também foram afetadas, com o CEO Lei Jun a perder cerca de 3 mil milhões de dólares e o vice-presidente Lin Bin a perder 1,5 mil milhões de dólares.
As relações entre os Estados Unidos e a China foram um ponto de grande tensão durante os quatro anos do governo de Donald Trump. Ao que tudo indica, a nova administração Biden parece manter uma abordagem semelhante e, recentemente, revelou que fabricantes como a Huawei, consideradas uma ameaça à segurança nacional, vão ser mantidas fora das redes de telecomunicações do país.
Embora ainda existam algumas indecisões quanto à presença definitiva da Huawei na “lista negra” do Departamento do Comércio, o governo de Joe Biden quer responsabilizar Pequim pelas suas ações, revitalizando as alianças que os Estados Unidos têm com outros países, explicou Brian Deese, diretor do National Economic Council (NEC) durante a edição de 2021 da CES.
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