A Huawei anunciou que vai avançar com um processo contra a Verizon. A fabricante chinesa alega que a operadora de telecomunicações norte-americana terá violado 12 das suas patentes e exige uma indemnização pelo uso da sua tecnologia.
“A Verizon beneficiou de forma indevida do uso da tecnologia produzida pela Huawei ao longo de vários anos de pesquisa e desenvolvimento”, afirma Song Liuping, CLO da Huawei, em comunicado à imprensa. A empresa chinesa indica que, antes de abrir o processo no Tribunal Distrital do Texas, terá negociado com a Verizon durante um longo período. Embora tenha demonstrado uma lista detalhada com provas da violação das patentes, ambas as partes não conseguiram chegar a um acordo.
A decisão de levar a Verizon a tribunal surge no âmbito do bloqueio comercial imposto pelo governo de Donald Trump, mas também após várias organizações e países europeus manifestarem a sua posição em relação a empresas de "alto-risco" como a Huawei.
No final de janeiro, a Comissão Europeia lançou um conjunto de ferramentas para mitigar os perigos relacionados com a adoção do 5G pelos seus Estados-Membros. A “toolbox” anunciada por Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da pasta Era Digital, não visa nenhum país ou empresa em específico, mas contém medidas cujo objetivo é respeitar “o mercado interno e os cidadãos contra os perigos cibernéticos relacionados ao 5G”.
As recomendações de Bruxelas estão na base na possível decisão do Governo Português de impor limites à participação de fornecedores como a Huawei na implementação nacional do 5G, avança o Expresso. A decisão vai esta quinta-feira, 6 de fevereiro, a Conselho de Ministros. O Executivo de António Costa poderá seguir a indicação da Comissão Europeia sobre a garantia de que cada operador de telecomunicações recorra a vários fornecedores para evitar a dependência de apenas um.
A Vodafone anunciou recentemente que vai remover todos os equipamentos da Huawei do núcleo da sua estrutura 5G europeia, motivada pela decisão do Reino Unido de conceder um acesso limitado de 35% à fabricante chinesa às partes menos sensíveis da infraestrutura de redes de quinta geração. Ao todo, a operação de remoção dos componentes fabricados pela Huawei das partes mais sensíveis da infraestrutura europeia de redes móveis da Vodafone levará cerca de 5 anos a ser realizada, associada a um custo de 200 milhões de euros.
A operadora de telecomunicações britânica não foi a única a anunciar a remoção de componentes da Huawei do núcleo da sua infraestrutura 5G. A 31 de janeiro, a francesa Orange deu a conhecer que tinha contratado a Nokia e a Ericsson para desenvolver a rede móvel de quinta geração em França. Já em dezembro de 2019, a espanhola Telefónica anunciou que a eliminação dos equipamentos da Huawei da rede 5G está nos seus planos.
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