Sandra Maximiano, lembrou que aceitou o desafio de presidir à ANACOM há 5 meses, referindo que o objetivo é promover uma regulação eficiente e eficaz, e sobretudo dinâmica, o que diz ser um ingrediente fundamental. Na sua intervenção no 33º Congresso da APDC falou sobre a utilização da Inteligência Artificial, a entrada do novo operador, a utilização do espectro e a situação das telecomunicações em Portugal.

Na área da Inteligência Artificial a presidente da ANACOM diz que o regulador não pode ficar para trás e pode usar a IA para várias áreas, desde a previsão de problemas de conformidade a antecipação de tendências e necessidades futuras da regulação ou monitorização do espectro. São áreas em que as equipas já estão a trabalhar, estando mais avançadas no tratamento e resolução de reclamações com o sistema Aexia, que pode evoluir para a identificação de padrões de insatisfação.

Reconhecendo que em Portugal existe uma oferta de serviços de grande qualidade, Sandra Maximiano aponta a prevalência do recurso a pacotes por parte das famílias, o que justifica a "fraca mobilidade" entre operadores. A presidente da ANACOM fala  numa "percepção de falta de concorrência" e na necessidade de promover a concorrência com medidas do lado da oferta. "Em breve a DIGI entrará no mercado", lembra a presidente,  que diz que poderá levar a "uma reação criativa" dos operadores.

"Sei que existe algum receio [com a entrada da DIGI]", afirma, mas diz que a procura de conetividade está em expansão e que isso trará oportunidades que espera que "sejam maiores do que os riscos".

No debate que se seguiu, Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, diz que os operadores sempre foram criativos, e que "têm procurado contrariar redução de rentabilidade com opções criativas".

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"Fomos criativos, continuámos a manter a liderança e fomos talvez o operador que mais foi desafiado pelas novos entrantes ao longo do tempo", afirmou, adiantando que a Altice respeita todos os novos entrantes. Em relação à DIGI, adianta que "não sabemos qual vai ser o posicionamento, mas temos soluções que são adequadas às famílias portuguesas".

Também Miguel Almeida, CEO da NOS SGPS, desvaloriza a ideia de falta de concorrência. "Temos evidências de que existe disponibilidade de serviços de alto débito e se pessoas o subscrevem num país de literacia digital mais baixa e rendimentos mais baixos é porque são atraentes", defende.

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Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação