A NOS e a MEO já tinham comunicado os novos preços no início de Dezembro, com a entrada em vigor a 1 de janeiro de 2015, mas a Vodafone deixou essa comunicação para mais tarde, derrapando para 16 de janeiro a aplicação dos novos tarifários, o que já aconteceu no ano passado.

Os clientes da NOS e da MEO foram avisados por SMS e por indicação na fatura, o mesmo processo usado pela Vodafone mas a pesquisa da informação não é fácil de fazer, nem as contas do verdadeiro impacto da mudança.

Muitos clientes têm dificuldade em saber qual o peso que os aumentos vão ter no seu orçamento mensal, isto apesar das telecomunicações terem um impacto importante no cabaz de compras das famílias, rondando os 3 a 5% das despesas mensais.

Tito Rodrigues, responsável pelas relações institucionais da DECO, já tinha ajudado o TeK nas contas, mostrando que em alguns casos o aumento rondará o valor de um euro, mas pode chegar a ultrapassar os 2,5 euros, sobretudo quando se somam pacotes de quadruple ou quintuple play que são cada vez mais comuns.

O representante da associação de defesa do consumidor tem vindo a acompanhar a evolução dos tarifários e admite que há práticas diferenciadas na aplicação de aumentos, que já se verificaram noutros anos, onde só os novos clientes de alguns tarifários sofrem com a subida de preços.

Mesmo assim, há espaço para contestar estes aumentos. “Olhando para um aumento de 3% no ano passado, com uma inflação próxima do zero, e num ano em que se esperam valores muito baixos ou deflação, é difícil justificar novos aumentos na ordem dos 3%”, explica.

Este é porém o valor que está em cima da mesa para os diferentes pacotes de telecomunicações, desde os triple, quad e quintuple play aos pacotes individuais de internet ou telemóvel.

A aplicação de regras de fidelização de 24 meses aos novos contratos – ou alterações dentro do mesmo contrato – acaba por prender os clientes a estes tarifários, limitando a flexibilidade, um processo que tem vindo a ser questionado pela DECO.

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Afinal quanto vai aumentar a minha fatura?
Se quiser saber já quanto vai aumentar a sua fatura de telecomunicações pode contactar o operador e perguntar os valores, ou passar pelo longo processo de procurar a nova informação nos sites.

A MEO já tem a informação sobre os novos preços online, num PDF com 11 páginas que tem todos os detalhes dos aumentos nos vários tarifários e que está quase escondido nas linhas de informação junto aos vários quadros de preços para as diferentes ofertas da empresa.

Se quiser ser rigoroso e ver os dados pode fazê-lo neste link, mas em termos gerais a PT Portugal vai aumentar os tarifários uma média de 2,5%, para todos os clientes, embora em alguns casos os acertos aos cêntimos possa “engordar” este valor.

Pacotes Triple, Quadruple e Quintuple play (com TV + Net+ Telefone + Telemóvel e Internet móvel), para serviços de Fibra, ADSL e Satélite, estão na lista, mas também assinaturas e as chamadas das linhas fixas e móveis estão detalhadas.

Na NOS a informação da alteração de preços foi também feita aos utilizadores individuais e empresas, mas a procura da informação detalhada é igualmente difícil. Não foi possível perceber quando terá sido colocada online a informação, mas nas páginas a indicação da última alteração realizada data 5 de dezembro.

A empresa optou por separar a informação para os clientes com Fibra e com Satélite, o que simplifica a consulta mas não a complexidade da informação.

Em média os aumentos rondam os 3% depois de no ano passado ter rondado os 2,5%, e é aplicável a todos os clientes e todos os tarifários.

Os clientes da Vodafone receberam esta segunda feira (15 de Dezembro) a informação sobre a actualização de preços, que ficou disponível no site ontem (dia 16 de dezembro). A informação está discriminada nas páginas dos vários tarifários e será aplicada a partir de 16 de janeiro, mas em alguns casos só é válida para os novos clientes, como acontece no pacote integrado RED.

No caso da Cabovisão a missão de procurar a actualização de preços revelou-se quase impossível. Não há informação no site, a empresa não respondeu às nossas questões e longos minutos de espera junto do serviço de clientes apenas deram a garantia de que os clientes foram avisados na fatura de novembro mas que é possível que a informação dos novos tarifários ainda não esteja online.

Contas feitas, é fácil perceber que as práticas de aumento não são muito diferenciadas nos principais operadores. Nos últimos anos o aumento de preços tem rondado os 3%, chegando em alguns casos pontuais aos 5%, sempre fundamentado pela inflação, que tem ficado abaixo deste valor e que agora poderá até ser negativa. Mesmo sem qualquer indexação legal dos preços à taxa da inflação - como acontece por exemplo na energia e noutros serviços - esta é uma situação que as operadoras não vão conseguir justificar durante muito tempo…

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador