As tecnologias alternativas como a fibra ou o GSM/UMTS continuam a ganhar peso no serviço fixo telefónico, representando uma percentagem cada vez mais significativa dos acessos contabilizados pela Anacom.



De acordo com os dados hoje disponibilizados pelo regulador, relativos ao trimestre que decorreu entre julho e setembro, 32,7 por cento dos acessos telefónicos instalados a pedido do cliente foram suportados em "outras tecnologias", designação que o regulador das comunicações usa para identificar as alternativas ao serviço fixo tradicional.



O número representa um crescimento de 4,8 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado e de 1,2 pontos percentuais face aos três meses anteriores.


No final de setembro existiam 4,5 milhões de acessos fixos no país, num crescimento de 1,6 por cento face ao mesmo período do ano passado e de 0,4 por cento face aos três meses anteriores.



Os clientes destes serviços atingiam os 3,6 milhões no final de setembro, num aumento ligeiro face aos três meses anteriores (0,5 por cento) e ao período homólogo (2 por cento). Estes utilizadores realizaram no período em análise uma média de 31 chamadas dentro da rede fixa, cerca de 7 chamadas para telemóvel e uma média de duas chamadas internacionais, num total de 1,9 mil milhões de minutos de comunicações iniciadas na rede fixa ou 542 milhões de chamadas.



Por empresas, a Portugal Telecom continua na liderança do mercado, embora em queda. No final de setembro a empresa detinha uma quota de 59,1 por cento, menos 1,6 por cento que no final do terceiro trimestre de 2010 e 0,4 por cento menos que no final de junho.



Anacom traça perfil do utilizador de telefone fixo

Com os dados do terceiro trimestre a Anacom também divulga informação relativamente ao perfil dos utilizadores de serviços fixos de comunicações. A análise do regulador permitiu identificar três grupos: lares com um leque diversificado de serviços; lares com um leque reduzido de serviços e lares onde os serviços móveis substituem o serviço fixo, embora este também exista.


O primeiro grupo é aquele onde a utilização de serviços em pacote - o tipo de oferta que imprime neste momento maior dinamismo ao mercado - tende a ser mais expressivo. As famílias deste grupo residem na zona de Lisboa, integram a classe social média-alta e o seu líder tem entre 25 e 44 anos, sendo quadro médio ou superior.


Nos lares com uma utilização reduzida de serviços de comunicações domina o serviço fixo de telefonia, que pode ser complementado com a TV por subscrição. Este grupo está essencialmente no interior norte do país, corresponde a famílias pequenas, de classes sociais mais baixas e com uma presença relevante de idosos.


No terceiro grupo identificado, onde há uma utilização importante de serviços de comunicações mas o telefone fixo é preterido, é o serviço móvel o mais usado. O grupo de utilizadores que mais fazem esta opção está no litoral norte do país e pertencem a uma classe social intermédia. Neste grupo a presença de crianças no agregado familiar é também relevante.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira