A fase principal do leilão do 5G avançou para o seu 89º dia. Nas sete rondas de hoje as licitações alcançaram os 303,754 milhões de euros, registando uma subida de 969 mil euros face ao dia anterior. A totalidade do leilão resulta já num valor que é superior a 388 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom, assim como o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011, que se situou nos 372 milhões de euros.

Através dos dados disponibilizados pela Anacom é possível constatar que a faixa dos 3,6 GHz, onde a vasta maioria dos lotes já vale mais de 4 milhões de euros, é a única onde ocorrem mudanças, numa tendência que se verifica desde 4 de março, o último dia de licitações em que as operadoras fizeram subir o preço de um dos lotes dos 2,6 GHz.

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Nesta faixa nativa do 5G há hoje aumentos relativamente às propostas de 17 dos 40 lotes disponíveis. Já em relação ao preço de reserva regista-se uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar no máximo os 279%, como é o caso dos lotes J03 e J14. Porém, até agora, que a faixa dos 2,1 GHz é a que mais aumentou de preço, valorizando mais de 400%.

Com o leilão a prolongar-se mais do que seria esperado, levando a Anacom apresentar uma proposta de alteração de regulamento para acelerar o processo, o objetivo previsto de lançamento de serviços comerciais de 5G no primeiro trimestre de 2021 ficou por cumprir, embora as operadoras contem já com campanhas e vários projetos relacionados com redes de quinta geração.

Recentemente, a Vodafone manifestou o seu descontentamento quanto ao prolongamento do leilão. "Há apenas um país com o qual estou insatisfeito este ano: Portugal", afirmou Nick Read, presidente executivo do grupo Vodafone, numa videoconferência com analistas, avança a Lusa.

"Já vamos na ronda 515 ou assim. Claro que [o leilão 5G em Portugal] ainda é cerca de metade dos preços de referência europeia, mas, francamente, não fiquei feliz" com a forma como foi construído, salientou o executivo, referindo que já tinha expressado isso anteriormente.

Ainda a propósito do “braço de ferro” entre operadoras e Anacom, na semana passada, durante o 30.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, considerou que a crítica e a litigância "tem tomado conta da discussão pública do setor das telecomunicações", numa alusão, sem referência direta, ao conturbado processo do leilão do 5G.

O ministro garantiu que o investimento público em redes de comunicações de nova geração "vai avançar" nos locais onde as operadoras privadas não chegam, destacando a acessibilidade infraestrutural, tarifária e da informação e mobilidade como três "dimensões fundamentais da política de comunicações onde se colocam desafios muito importantes".

Recorde-se também que ontem, durante o debate parlamentar acerca da proposta de lei das comunicações eletrónicas, Hugo Mendes, secretário de Estado adjunto das comunicações, afirmou que a transposição da diretiva europeia que estabelece o Código europeu das Comunicações Eletrónicas (CECE) vai trazer “avanços importantes em várias áreas centrais”, privilegiando também a “implantação da tecnologia 5G” e promovendo o “investimento em redes de capacidade muito elevada”.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 19h09)

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