À medida que a fase principal do leilão do 5G continua, o valor das licitações das operadoras sobre a par e passo. Nas seis rondas de hoje, as melhores propostas alcançaram um total de 230,72 milhões de euros.

A soma das licitações da fase dos novos entrantes, que ultrapassaram os 84 milhões de euros, com as que foram atingidas hoje na fase principal resulta num valor que já é superior a 315 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros.

Seguindo a tendência dos últimos dias, o interesse das operadoras tem vindo a concentrar-se na faixa dos 3,6 GHz, onde hoje se registam subidas nas propostas relativas a 17 dos 40 lotes disponíveis. Aqui é possível constatar uma dinâmica de crescimento das propostas das operadoras que leva a subidas de preço a rondar, no máximo, os 84%.

Já na faixa dos 2,6 GHz, as propostas das operadoras não apresentam novamente alterações. O valor das licitações relativas ao primeiro dos lotes desta faixa registou no 24º dia um aumento de 5%, tendo alcançado os 9,588 milhões de euros, mais 220% do que o valor inicial de 3 milhões. As ofertas que dizem respeito ao segundo dos lotes desta faixa aumentaram 6% no 23º dia, prefazendo 9,132 milhões.

Na dos 2,1 GHz, uma faixa que apresenta uma garantia de mais capacidade de rede ao 3G e 4G, sem grande investimento em tecnologia, podendo ser recondicionada para o 5G a médio prazo, as propostas mantêm-se desde o sétimo dia de licitações nos 10,61 milhões de euros, numa subida de mais de 400% em relação ao valor do primeiro dia de licitações.

As faixas dos 700 e 900 MHz não apresentam mudanças em relação aos preços de reserva de 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal do leilão. No entanto, se as operadoras considerarem que faz sentido para a sua estratégia, podem surgir novas propostas.

O regulamento estipula que o leilão só terminará quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação das licenças, com a escolha da localização geográfica dos lotes, e, por fim,  a atribuição, onde o regulador atribui os direitos de utilização de frequências. Só depois disso é que podem avançar as ofertas comerciais.

Anacom novo calendário 5G
Anacom novo calendário 5G

Os processos do leilão do 5G têm vindo a ser contestados pelas operadoras que consideraram que o regulamento tem medidas “ilegais” e “discriminatórias”, o que incentiva ao desinvestimento, envolvendo processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas. Além disso, ao que tudo indica, tanto o Governo, como a Anacom e as operadoras de telecomunicações mantêm as agulhas desorientadas na estratégia do processo do 5G.

Nota de Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 19h08)