O leilão do 5G continua e a sua fase principal, que se prolonga desde o dia 14 de janeiro, entrou hoje no 91º dia. Nas sete rondas de hoje as licitações das operadoras alcançaram os 309,179 milhões de euros. O valor representa um aumento de 1,708 milhões de euros em relação ao dia anterior. Recorde-se que, ainda ontem, as licitações registaram uma subida de 3,717 milhões de euros, uma das maiores dos últimos meses.
A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, resulta já num valor que é superior a 393 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros e o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011, que se situou nos 372 milhões de euros.
Numa tendência que se regista desde 4 de março, o último dia de licitações em que as operadoras fizeram subir o preço de um dos lotes dos 2,6 GHz, a faixa dos 3,6 GHz é a única onde hoje se verificam mudanças.
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Nesta faixa nativa do 5G a vasta maioria dos lotes vale mais de 4 milhões de euros e um deles até já ultrapassou a marca dos 5 milhões. Através dos mais recentes dados da Anacom é possível constatar aumentos em relação às propostas de 10 dos 40 lotes disponíveis. Em relação ao preço de reserva, verifica-se que existem lotes, como o J20, que registam uma valorização de 312%.
Recorde-se que a faixa dos 2,1 GHz a que mais aumentou de preço até agora, valorizando mais de 400%. Já os preços de licitação dos lotes das faixas dos 700 e 900 MHz mantém-se nos 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal. Além disso, na faixa que ficou livre após a conclusão do processo de migração da TDT, um dos lotes ainda não recebeu qualquer oferta.
De acordo com o atual regulamento, o leilão só terminará quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação e a atribuição das licenças. Porém, a demora no processo tornou impossível cumprir o calendário proposto pela entidade reguladora, que queria ter serviços comerciais ainda no primeiro trimestre de 2021, levando-a a apresentar uma proposta de alteração das regras para acelerá-lo, que que foi recebida negativamente tanto pela Altice Portugal, como a NOS e a Vodafone.
Na semana passada, durante o 30.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, considerou que a crítica e a litigância "tem tomado conta da discussão pública do setor das telecomunicações", numa alusão, sem referência direta, ao conturbado processo do leilão do 5G. O ministro garantiu também que o investimento público em redes de comunicações de nova geração "vai avançar" nos locais onde as operadoras privadas não chegam.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 19h26)
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