A fase principal do leilão do 5G, que definirá a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, avançou hoje para o seu 51º dia.
Nas seis rondas de hoje, as melhores propostas das operadoras atingiram os 265,68 milhões de euros, numa subida de 916 mil euros em relação ao dia anterior. Ao todo, as duas fases do leilão somam agora um valor superior a 350 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões.
Os mais recentes dados da Anacom permitem verificar que as únicas mudanças ocorrem novamente na faixa dos 3,6 GHz, onde hoje há subidas nas propostas relativas a 20 dos 40 lotes disponíveis.
Nestas faixas nativas do 5G, o valor total ultrapassa já os 100 milhões de euros, mais do que duplicando os valores de reserva que estavam fixados nos 45,7 milhões. Aqui há também uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar no máximo os 177% face ao preço de reserva.
Recorde-se que, ao longo da fase principal, a faixa dos 2,1 GHz que foi o que mais valorizou, apresentando uma subida de preço de mais de 400% em relação ao valor de reserva. Já os dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz também valorizaram mais de 200%.
Lançamento do 5G mais longe de se concretizar no primeiro trimestre
O prolongamento do leilão torna cada vez mais improvável o lançamento de serviços comerciais de 5G ainda no primeiro trimestre de 2021, tal como estava previsto no calendário da Anacom.
O processo do leilão tem sido bastante contestado pelas operadoras históricas, envolvendo processos judiciais, providências cautelares, queixas a Bruxelas e até pedidos de suspensão. No entanto, as operadoras têm vindo a confirmar que estão prontas para o começo da comercialização de serviços 5G e até já começaram as suas campanhas. Ainda ontem, a NOS revelou que tem em pré-venda aquele que diz ser o primeiro hotspot 5G em Portugal.
Numa recente audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, afirmou estar "muito contente com o decurso do leilão" do 5G e disse esperar que "continuem a aumentar as licitações".
"Que continuem a aumentar as licitações porque nós precisamos de dinheiro que, depois, vamos investir noutro objetivo", que é "a necessidade de nós conseguirmos cobrir o território todo com fibra ótica", afirmou o ministro.
Ainda sobre o leilão do 5G, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes, aproveitou a intervenção para fazer esclarecimento visto como "importante para o debate público.
"Convencionámos chamar isto o leilão 5G, mas na verdade o leilão não se esgota na tecnologia 5G, é verdade que ele decorre de uma estratégia de desenvolvimento da quinta geração de comunicações móveis em Portugal", que foi lançada pela Resolução do Conselho de Ministros de 07 de fevereiro do ano passado, mas "ela não se esgota na tecnologia 5G", afirmou o secretário de Estado.
"Quando olhamos para as obrigações de cobertura", existem metas de cobertura, apontou. Até ao final de 2023, há a meta de cobertura de 75% da população em cada uma das freguesias consideradas de baixa densidade e de cada uma das freguesias das regiões autónomas; e "até ao final de 2024 cobertura de 70% da população de cada uma das freguesias que não são consideradas baixa densidade, mas que integram municípios com freguesias de baixa densidade", prosseguiu, apontado que também há metas para 2025.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 19h53)
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