Há quase 10 dias que todas as movimentações na fase principal do leilão do 5G se concentram apenas nas faixas dos 3,6 GHz, um espectro nativo para a quinta geração móvel que vai garantir a possibilidade de oferecer velocidades mais elevadas, mas com menor cobertura geográfica.
Esta fase do leilão está a decorrer desde 14 de janeiro e hoje foi o 45º dia do procedimento, com 6 rondas que atingiram os 259,8 milhões de euros na soma das melhores propostas para os mais de 50 lotes a concurso.
A informação foi confirmada pela Anacom que todos os dias publica as melhores ofertas de cada lote no termo da última ronda, e à semelhança do que aconteceu nos últimos dias voltam a "mexer" os valores de alguns lotes das faixas de 3,6 GHz, que tem 40 lotes disponíveis. As subidas de valor são pequenas, com aumentos de 1 e 2% face ao dia anterior, mas continuam a prolongar o procedimento.
As operadoras móveis no mercado português têm-se mantido em silêncio sobre o processo. Sabe-se que a MEO, NOS e Vodafone confirmaram que iam a leilão apesar de se oporem aos termos do regulamento e de até terem tentado suspendê-lo judicialmente, mas haverá outros licitantes que não são conhecidos.
Milhão a milhão o potencial de encaixe é já de 344 milhões de euros
As movimentações dos licitantes parecem ser cautelosas e estratégicas. As licitações concentram-se nos últimos dias em faixas dos 3,6 GHz, variando os lotes e com propostas para cerca de 10 lotes de cada vez, em valores pequenos.
As faixas dos 700 MHz e dos 900 MHz, mais valiosas e caras, mas que garantem maior cobertura territorial do serviço, parecem estar "arrumadas". Foram licitadas pelo valor de reserva de espectro que foi definido logo no primeiro dia e não tem havido mais propostas, mas ainda podem surgir novidades, até porque há um lote sem ofertas.
Foi na faixa dos 2,1 GHz e dos 2,6 GHz onde se assistiu a uma maior disputa, pelo menos a avaliar pela subida de preços que ultrapassou os 400%. Estas são faixas não nativas do 5G mas que podem ser estratégicas para quem quer aumentar capacidade.
Não se sabe quanto mais tempo irá demorar este leilão, mas é certo que dificilmente se vai conseguir arrancar com serviços comerciais ainda em março, já que mesmo depois do encerramento do leilão há uma série de procedimentos a cumprir.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 19h13
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