A fase principal do leilão do 5G avançou para o seu 27º dia, num processo que já superou largamente a duração da fase reservada a novos entrantes no mercado móvel português. Nas seis rondas de hoje, as licitações atingiram os 231,56 milhões de euros. O valor representa uma ligeira subida de 842 mil euros em relação ao que foi atingido ontem.

A soma das licitações que foram atingidas hoje na fase principal com as da fase dos novos entrantes, que ultrapassaram os 84 milhões de euros, resulta num valor que é superior a 315,9  milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões.

Nos últimos dias, o interesse das operadoras tem vindo a concentrar-se de uma forma quase “cirúrgica” na faixa dos 3,6 GHz, onde hoje se registam subidas nas propostas relativas a 18 dos 40 lotes disponíveis. Aqui é possível constatar uma dinâmica de crescimento das propostas das operadoras que leva a subidas de preço a rondar, no máximo, os 84%.

Na faixa dos 2,6 GHz as propostas das operadoras voltam a não apresentar alterações. O valor das licitações relativas ao primeiro dos lotes da faixa registou no 24º dia um aumento de 5%, tendo alcançado os 9,588 milhões de euros, mais 220% do que o valor inicial de 3 milhões. As ofertas que dizem respeito ao segundo dos lotes desta faixa aumentaram 6% no 23º dia, prefazendo 9,132 milhões.

Até agora, a maior das movimentações aconteceu na faixa dos 2,1 GHz, cujo valor está mais de 400% acima do preço de reserva de espectro. A Anacom fixou o custo da faixa em 2 milhões e a última licitação feita chegou a 10,6 milhões, mas não tem alterações desde 22 de janeiro.

As faixas dos 700 e 900 MHz não apresentam mudanças em relação aos preços de reserva de 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal do leilão, além disso, um dos lotes da primeira ainda não registou ofertas. No entanto, se as operadoras considerarem que faz sentido para a sua estratégia, podem surgir novas propostas.

De acordo com o regulamento, o leilão só terminará quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação das licenças e, por fim, a atribuição. Só depois é que podem avançar as ofertas comerciais.

Recorde-se que o nível de tensão entre operadoras e a entidade reguladora tem vindo a aumentar, mantendo a falta de sintonia que se tem sentido desde o início do processo em relação à estratégia do 5G, surgindo também divergências sobre se deveria ser interrompido durante a fase de emergência em Portugal devido à pandemia de COVID-19.

Nota de Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h49)