Embora o calendário estabelecido inicialmente prevesse a abertura das emissões de Televisão Digital Terrestre (TvDT) até 31 de Agosto próximo, o Governo autorizou o adiamento da introdução dessa tecnologia até Fevereiro de 2003, com base num parecer emitido pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), informou ontem a agência de notícias Reuters.



A Plataforma de Televisão Digital Terrestre (PTDP), consórcio liderado pelo Grupo Pereira Coutinho onde se incluem as estações de televisão RTP e SIC, ganhador da licença de exploração da rede da tecnologia em causa, havia contudo solicitado o adiamento das operações da TvDT até Agosto do próximo ano, com vista a oferecer aos futuros clientes o descodificador harmonizado compatível com a tecnologia de Multimedia Home Platform (MHP).



Posteriormente ao pedido, a Anacom, entidade reguladora do mercado nacional de telecomunicações, emitiu um parecer onde especificava os benefícios da harmonização das set-top boxes, que deverá acontecer nos próximos meses, defendendo o adiamento do arranque das emissões da TVDT, mas por um prazo de meio ano.



Com base neste documento e depois de ter consultado o regulador nacional, o Governo decidiu que, embora considerando que o projecto da TvDT deve avançar rapidamente, existem vantagens em aguardar pela certificação da norma MHP na União Europeia, tendo por isso aprovado o adiamento do início das emissões por seis meses.



O parecer da Anacom sobre esta matéria não salientava a obrigatoriedade da introdução da harmonização das caixas descodificadoras, mas especificava vantagens para o consumidor final. O consórcio PTDP tem agora até ao final de Fevereiro de 2003 para lançar a plataforma que suportará novos canais de televisão.



O projecto irá representar um investimento total de 658 milhões de euros. A PTDP é detida em 80 por cento pela SGC, do grupo Pereira Coutinho, e controlada em 10 por cento pelas duas cadeias nacionais de televisão.


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