Segundo os dados partilhados, o número de estações base subiu para 13.089, mais 24% do que o registado no trimestre anterior, e a ANACOM diz que "este aumento, significativamente superior ao registados nos últimos trimestres, deve-se essencialmente à inclusão das estações base do mais recente operador [Digi] e que veio também disponibilizar uma oferta comercial 5G". O regulador antecipa que o investimento dos operadores vai continuar a ser reforçado nos próximos trimestres.

"Atendendo às características das redes móveis 5G – que se antecipa que venham a ter um grau de densidade de antenas relativamente elevado por comparação com tecnologias anteriores – é expectável que continue a existir um ritmo relevante de investimento na instalação de mais estações de base, com vista ao reforço da cobertura e da capacidade das redes", pode ler-se no relatório.

Em termos de distribuição geográfica, a rede 5G chega já à totalidade dos concelhos portugueses, estando também presente em 2.259 freguesias, o que corresponde a 73% do total. Ainda assim, a maioria das estações 5G (61%) estão localizadas em áreas predominantemente urbanas, com menor presença em áreas rurais.

Distribuição da rede 5G no final de 2024
Distribuição da rede 5G no final de 2024 créditos: Relatório da ANACOM

De notar ainda que a NOS continua a ter o maior número de estações (4.786), seguida pela Vodafone (4.611), enquanto a DIGI já ultrapassou a MEO, com 2.130 enquanto a operadora histórica só tem 1.562 estações.

Se for considerado o número total de estações, com tecnologia 2G, 3G, 4G e 5G, contabilizando como estações separadas aquelas que incluem diferentes tecnologias, a Vodafone é o operador com maior número de estações, com um total de 20.685 estações (34,9%), enquanto a NOS detém um total de 16.913 estações (28,5%), a MEO 12.368 estações instaladas (20,8%) e a DIGI 9.373 estações instaladas (15,8%).

Recorde-se que a MEO concluiu o desligamento do 3G no início de 2024, a 31 de janeiro de 2024, com a NOS e a Vodafone em processo de desligamento da tecnologia de rede móvel que foi substituída pelo 4G e 5G.

Veja mais imagens do relatório da ANACOM

Digi passa a fazer parte das contas do 5G

É a primeira vez que são públicos os números e distribuição das estações 5G da Digi, a operadora mais recente no mercado português, que começou a disponibilizar o serviço a 4 de novembro de 2024. A empresa de origem romena tem-se escusado a fornecer dados relativos às estações base instaladas mas agora essa informação está integrada nos relatórios trimestrais da Anacom.

Embora tenha ultrapassado a MEO no número de estações base instaladas, nota-se uma discrepância em relação às zonas geográficas cobertas, estando a Digi presente em apenas 240 concelhos, enquanto a NOS e a Vodafone estão em todos os 308 concelhos do país e a MEO falha apenas um, em Mesão Frio, estando em 307.

Número de concelhos em que cada operador está presente
Número de concelhos em que cada operador está presente créditos: ANACOM

Concentração nas zonas de maior densidade populacional

O relatório da ANACOM destaca que "as zonas do país onde a densidade de estações é superior correspondem também àquelas onde a densidade populacional é mais elevada ou onde existe uma sazonalidade do número de habitantes".

Há estações base em 73% das freguesias e olhando para a dispersão da cobertura de rede em relação à população, o relatório indica que nos territórios não cobertos (12% do total do país) estão apenas cerca de 6,4% da população nacional.

Operadoras apostam nos 700 MHz

Embora os quatro operadores tenham acesso às várias frequências que foram adquiridas no Leilão 5G, e a Digi esteja a assumir as frequências que tinham sido entregues à Nowo, que integrou em outubro do ano passado, a ANACOM destaca que "verifica-se uma clara preferência pelo uso das faixas dos 700 MHz e dos 3,6 GHz para a prestação de serviços com base na tecnologia 5G".

A faixa dos 700 MHz, que permite maior cobertura territorial, é aquela que tem um maior número de estações instaladas, mas o regulador lembra que  "a faixa de frequências dos 3,6 GHz oferece uma menor cobertura mas permite uma maior capacidade comparativamente com a faixa dos 700 MHz". Há ainda um aumento na utilização da faixa dos 2,6 GHz neste trimestre.

Recorde-se que o leilão das frequências do 5G impõe aos operadores uma série de obrigações de cobertura, chegando a 75% da população até ao final de 2023 e 90% até ao final de 2025, em cada uma das freguesias consideradas de baixa densidade e cada uma das freguesias das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores

O relatório completo pode ser consultado no site da ANACOM.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. última atualização 17h04