A Digi foi uma das novas operadoras de telecomunicações que participou no leilão 5G em Portugal e recentemente houve relatos de instalação de fibra e intervenções em antenas em diversos pontos do país pela empresa, indiciando que as suas operações poderiam estar para breve. Mas a oferta de serviços apenas deverá começar em 2024, segundo apurou o ECO. O CEO da empresa, Serghei Bulgac confirmou que o desenvolvimento no país estava a acelerar.

As informações foram avançadas no contexto da apresentação dos resultados financeiros do último trimestre, em que a expansão do seu negócio em Portugal foi mencionada. É dito que a empresa estava em processo de desenvolvimento das redes fixas e móvel, seguindo-se mais tarde o início das operações. A Digi pretende lançar ofertas de 5G, assim como serviços de rede fixa em fibra ótica.

Em declarações à mesma fonte, o CEO da empresa disse que a sua estratégia seria uma aposta na alta qualidade, assente em serviços de telecomunicações modernos utilizando as últimas tecnologias, a preços acessíveis. A Digi assinou no ano passado um acordo de parceria com a Cellnex, o que lhe dá acesso a milhares de torres de telecomunicações espalhadas pelo país.

Na sua participação no leilão 5G conduzido pela Anacom, a Digi (em nome da sua subsidiária DIXAROBIL) pagou 67,337 milhões de euros pelas licenças de exploração do espectro. O relatório refere que os resultados do último trimestre referente às despesas operacionais em Portugal estão juntos com os de Itália, somando 8,8 milhões de euros, um aumento face aos 6,9 milhões de euros do primeiro trimestre homólogo de 2022.

A expectativa é que a entrada da Digi no mercado possa tornar os preços praticados mais competitivos, uma vez que as três principais operadoras têm ofertas de serviços equivalentes. Na semana passada, durante o 32º Congresso do APDC, Ana Figueiredo, a CEO da Altice Portugal, afirmou que não existe espaço para mais operadores e que os novos entrantes vão destruir valor. Uma ideia partilhada pela NOS e Vodafone. Ana Figueiredo disse que ainda existe uma incógnita sobre as intenções da Digi, não se conhecendo os seus objetivos e posicionamento.

Outro assunto apurado pelo ECO sobre eventuais planos da Digi é a possibilidade de a empresa romena comprar as operações da Dense Air em Portugal, no futuro, à semelhança do que fez na Bélgica, embora afirme que não existem negociações a decorrer no momento, sendo apenas uma questão teórica, mas não descartada.

De recordar que a Dense Air foi a leilão sendo a única empresa que já tinha direitos de utilização na faixa de frequências de 3,6 Ghz, válidos até 2025. A questão foi polémica, com os operadores móveis que estão no mercado a alegarem que esta licença deveria ter sido retirada porque as frequências nunca foram utilizadas. A empresa investiu 5,765 milhões de euros durante o leilão para aquisição de direitos de utilização de frequências correspondentes a 40 MHz na faixa de frequências dos 3,6 GHz, sendo consignadas para o efeito as frequências 3440-3480 MHz.