Em abril de 2019, a Amazon revelou ao mundo os seus planos para entrar em concorrência direta com a Starlink da SpaceX e colocar uma constelação de satélites em órbita para ligar milhares de pessoas em todo o mundo à Internet. Agora, a empresa liderada por Jeff Bezos já conseguiu a aprovação da Federal Communications Commission (FCC) para lançar os 3.236 satélites do Project Kuiper.

De acordo com a FCC, o projeto da gigante tecnológica serve os interesses do público ao aumentar a disponibilidade dos serviços de banda-larga para consumidores, governos e empresas.

Em comunicado no seu blog oficial, a Amazon indica que planeia investir mais de 10 mil milhões de dólares no Project Kuiper de forma a acelerar o desenvolvimento dos satélites e da infraestrutura da constelação, assim como criar novos postos de trabalho.

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“Temos conhecimento de tantos testemunhos de pessoas que não conseguem realizar as funções do seu emprego ou fazer trabalhos da escola, porque não têm ligações estáveis à Internet em casa”, explica a empresa. “Ainda existem muitos lugares onde o acesso à banda larga não é fiável ou simplesmente não existe. O Project Kuiper vai mudar isso”.

Para manter a sua licença da FCC, a Amazon terá de lançar metade da constelação de satélites até 2026 e colocar em órbita os restantes equipamentos até 2029. A Amazon argumenta que é capaz de retirar os satélites da órbita em apenas 355 dias, mas vai ter de apresentar à reguladora norte-americana das comunicações um plano detalhado acerca de como pretende mitigar o problema do lixo espacial que orbita em torno da Terra.

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Já a rival SpaceX aproxima-se a par e passo do lançamento dos serviços de cobertura de Internet a nível global da Starlink. Em meados de julho, surgiram as primeiras imagens das antenas parabólicas que vão fazer a ligação dos utilizadores à constelação de satélites.

As imagens estavam escondidas no código do website da Starlink e foram descobertas por Vivien Hantusch, uma estudante da Peter Behrens School of Arts que costuma interagir frequentemente com Elon Musk no Twitter.

Em resposta à descoberta, o CEO da empresa acrescentou que os terminais têm motores que permitem aos equipamentos orientar-se e encontrar a melhor posição. Além disso, as antenas não têm um processo de instalação avançado, bastando ligá-las e posicioná-las no exterior. “Pode ser no jardim, no telhado, numa mesa, basicamente em qualquer lado, desde que consigam ter uma visão do céu”, explicou Elon Musk.

Ainda antes de poder avançar com os testes iniciais do serviço, a SpaceX terá de provar que a constelação de satélites consegue oferecer ao meio rural dos Estados Unidos velocidades de internet com latências inferiores a 100 milissegundos.

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Há um fundo federal de 16 mil milhões de dólares, ao longo dos próximos 10 anos, destinado a suportar o meio rural a ter acesso à banda larga e voz. A FCC tem dúvidas de que a empresa de Elon Musk consiga obter os mínimos necessários para se candidatar à oferta de baixa latência, mas não a exclui do concurso.

O grande desafio da empresa é ter uma rede funcional a tempo de se candidatar aos fundos. A tecnológica planeia fazê-lo ainda este ano, embora o início do leilão de acesso esteja marcado para 29 de outubro.