É uma ideia sempre aliciante: saber o dia de amanhã. No caso do estudo TEM Ecosystem: Situation and evolution of the Portuguese telecommunications macro-sector 2014-2017, a Altran Portugal faz uma projeção do que poderá ser o cenário do país ao nível de telecomunicações e media nos próximos três anos.



As tendências identificadas são o resultado da análise de várias respostas de gestores e especialistas em tecnologia, reunidas ainda durante o ano de 2013.



A investigação permitiu concluir, por exemplo, que os inquiridos acreditam que a compra da Nokia pela Microsoft está entre os acontecimentos que mais impacto vão ter na evolução do sector das telecomunicações em Portugal.



Um outro evento que marcou os gestores e que na opinião dos mesmos vai ter um grande impacto no futuro, foi o lançamento do leitor de impressões digitais do iPhone 5s – por causa do crescimento do segmento mobile e pelo também grande crescimento no número de roubos informáticos. O futuro também passará pelos equipamentos dual-OS, isto é, com dois sistemas operativos, pois o lançamento do Samsung AQTIV Q também é visto como um dos que irá mudar o mercado daqui para a frente.



Os smartphones e os tablets serão os equipamentos mais usados, com os smartphones de ecrãs gigantes a surgirem apenas na terceira terceira posição. Os PCs só aparecem no quinto lugar, sendo ultrapassados inclusive pelos televisores inteligentes.

[caption]Smart TV[/caption]

Ao nível dos sistemas operativos móveis, o Android e iOS vão ser os mais usados, mas com larga vantagem para o software da Google, consideram os inquiridos. O terceiro lugar fica reservado para o Windows Phone, seguido do BlackBerry OS e do Chrome OS.



Já ao nível de fabricantes, será a Samsung a liderar o mercado dos telemóveis, seguido pela Apple, pela LG e pela Huawei – é de notar que neste campo de análise os resultados conseguidos pela Nokia/Microsoft não são suficientes para constarem no top 5.



A Apple fica à frente da concorrência no entanto como empresa que nos próximos três anos vai liderar o mercado nacional no que diz respeito aos sistemas de entretenimento. A Samsung surge logo a seguir – a Apple reuniu 25 pontos em 100 possíveis, a Samsung 24 -, com a Sony a ficar na terceira posição, fruto da grande popularidade da PlayStation 4 no mercado português.



No que diz respeito ao consumo, para aliciarem os consumidores portugueses os fabricantes terão de apostar em tecnologias emergentes e topo de gama – como ecrãs AMOLED ou flexíveis, em sensores de impressões digitais e em processadores de 64-bits. Esta é a opinião dos vários especialistas ouvidos pela Altran Portugal.



Além da inovação tecnológica, será necessário que as empresas dos dispositivos móveis tenham uma grande capacidade de apresentar novidades no campo dos sistemas operativos móveis e fazer um esforço para terem o maior número de aplicações possíveis.



Redes e telecomunicações


Num outro ponto de análise a Altran Portugal focou-se nas transformações que o sector das telecomunicações – estruturas e empresas do segmento – vão sofrer.



Como eventos mais importantes dos últimos tempos os respondentes ao estudo da tecnológica portuguesa identificam, uma vez mais, a venda da Nokia à Microsoft, mas na perspetiva de a empresa agora ter um papel mais focado no campo das infraestruturas. O anúncio da chegada do 5G em 2020 através de empresas como a Huawei também estão no topo das expectativas dos gestores como elementos que vão moldar o mercado até 2017.



O estudo concluiu que em Portugal as ligações em fibra e através de rede móvel 4G serão as mais populares nos próximos três anos, deixando a concorrência mais direta, o cabo e o 3G, com quase o dobro das preferências.



Na opinião dos analistas, ao nível dos fornecedores de equipamentos de rede a Huawei vai ser o player mais relevante, seguido da Ericsson e da Cisco.



E para estas empresas, que trabalham na parte das infraestruturas, o mais importante como vendedores será ter um portfólio completo de todos os equipamentos de infraestrutura de rede ou então ser pelo menos a empresa com melhor reputação dentro de um determinado segmento nesta área.



Já no campo das telecomunicações – pensando nas empresas e nos consumidores – a possibilidade de haver um mercado único e pan-europeu, bem como um regulador internacional para o campo das comunicações, são as duas ideias que mais vão contribuir para a transformação do sector.



Enquanto isso não acontece, os inquiridos apontaram como um terceiro elemento importante as descidas nos preços das tarifas roaming como um catalisador do mercado das telecom.



A banda larga móvel “ultra rápida” será a tecnologia de ligação mais consumida em Portugal, seguinda da banda larga fixa ultra rápida.

[caption]4G[/caption]

No campo das empresas o Meo e a Vodafone serão os elementos mais importantes no mercado da telefonia móvel, de acordo com as expectativas dos inquiridos, mas se se somar os valores da Zon e da Optimus então o grupo NOS teoricamente é considerado como aquele que terá mais relevância – na altura de realização do inquérito a NOS e a Optimus ainda eram empresas separadas.



Os gestores ouvidos acreditam ainda que a Vodafone vai ser o player que mais vai crescer no mercado da Internet fixa nos próximos três anos, seguida da PT e da Zon/Optimus; um cenário de “expectativas” que se repete para o hipotético crescimento da banda larga móvel no país.



As ofertas convergentes serão de longe as que vão continuar a puxar os consumidores, sendo que a questão da inovaçao aparece em segundo lugar no índice de motivos que mais vão condicionar a escolha das pessoas na hora de selecionar um fornecedor de serviços.



A expansão dos operadores de telecomunicações para outras áreas – como a saúde e as finanças - através de parcerias com empresas especializadasm terá um peso importante na parte do investimento que as operadoras de telecomunicações devem seguir, assim como devem fazer uma grande aposta em conteúdos de media e entretenimento.



Os interessados podem consultar com mais detalhe estes e outros resultados no estudo publicado pela Altran, através deste link.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico