Um novo estudo da associação que representa os operadores de telecomunicações, a GSM Association, compilou um conjunto de dados sobre investimento e o seu retorno, associado ao crescimento do mercado de Internet.

A pesquisa conclui que os operadores de telecomunicações estão entre os que mais investem para suportar o crescimento acelerado dos serviços de Internet, para além de serem também os atores desta cadeia de valor sujeitos a mais regulação.

Olhando para os benefícios deste crescimento, os dados compilados mostram que as telecoms estão longe de ser as que mais ganham com o crescimento dos serviços digitais, constatação que sustenta o pedido de uma regulação mais mais flexível e menos dispendiosa, capaz de permitir que as empresas cresçam e tenham condições para continuar a investir na expansão e reforço das suas redes.

“Os líderes empresariais e os decisores políticos devem considerar o papel crítico das infraestruturas de Internet para garantir que distorções de mercado, requisitos regulatórios ou outros fatores não estão a limitar a capacidade de retorno do investimento em todos os segmentos do ecossistema”.

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O documento sublinha que essa justiça será crítica para manter o equilíbrio do mercado a longo prazo: “os operadores de telecomunicações têm um importante papel a desempenhar e precisam dos incentivos certos para manter os seus investimentos em redes, tanto na sua rede core como em funcionalidade edge”. A robustez destes investimentos vai beneficiar todos os intervenientes do mercado, frisa-se ainda.

O GSMA 2022 Internet Value Chain Report mostra que ao longo dos últimos anos a taxa de retorno dos investimentos dos operadores tem vindo a diminuir, assim como a remuneração que conseguem devolver aos acionistas. Isto, à medida que as receitas dos prestadores de serviços online aumentam e a exigência sobre as redes que suportam os serviços digitais é cada vez maior. Como apontam também os dados, o número de utilizadores conectados está a crescer a um ritmo de 7,5% ao ano. O tráfego de dados por utilizador cresce a um ritmo de 27% ao ano, sendo que quase 80% desse tráfego são conteúdos de vídeo.

Contas feitas, as receitas geradas para toda a cadeia de valor da Internet quase duplicaram nos últimos cinco anos, passando de 3,3 biliões de dólares para 6,7 biliões, em 2020. O maior crescimento foi dos serviços online, que aumentaram as receitas a um ritmo de 19% ao ano e que ficam com mais de metade de toda a receita gerada.

Os serviços de conectividade arrecadam cerca de 15%, tendo sido um dos segmentos que menos conseguiu crescer em receita nos últimos anos. Esta pressão obriga os operadores a manterem um ritmo de investimento elevado, acima de 20% da receita anual segundo estas contas, com taxas de retorno entre os 6 e os 10%, que têm vindo, também neste caso, a cair.

Com todas as previsões a apontarem para que a utilização de serviços online continue a crescer e para a chegada ou expansão de serviços cada vez mais exigentes, o estudo deixa um alerta a governos e reguladores para que acautelem condições de desenvolvimento para infraestruturas cada vez mais críticas para o funcionamento da economia de cada país. A adoção massiva da Cloud e do teletrabalho ou a perspetiva de novas tendências como o metaverso são alguns dos temas citados pelos autores do estudo como aceleradores ainda maiores dos fatores de pressão sobre as redes.

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