Por Samuel Cruz (*)

Nos últimos anos, a forma como protegemos as nossas informações pessoais e corporativas tem mudado drasticamente. Com o aumento de ataques cibernéticos e de roubo de credenciais, muitas empresas têm questionado se o sistema tradicional de palavras-passe ainda é a melhor opção. Esta tendência está a dar lugar a métodos mais modernos e seguros, como as passkeys, OTPs (palavras-passe temporárias) e autenticação multifator (MFA).

O principal problema com as palavras-passe tradicionais é a necessidade de um grande número de combinações seguras, o que leva frequentemente os utilizadores a escolherem senhas simples ou a reutilizá-las em diferentes serviços. Este hábito aumenta o risco de um ataque de phishing ou de uma breach, expondo informações sensíveis a ameaças externas.

Para combater esta vulnerabilidade, o conceito de “passkey” — uma combinação de elementos biométricos (como impressão digital ou reconhecimento facial) e autenticação de dispositivo — está a ganhar popularidade. Ao substituir a palavra-passe por um fator de autenticação único, as passkeys eliminam o risco de reutilização e de adivinhação de palavras-passe. Além disso, métodos como OTPs, gerados de forma aleatória e usados apenas uma vez, oferecem uma camada extra de segurança em processos que exigem confirmação de identidade.

Os benefícios são evidentes: menos necessidade de memorizar múltiplas palavras-passe, menor risco de invasões e uma experiência de utilizador mais fluida e prática. No entanto, a transição para estas novas tecnologias também traz desafios. A infraestrutura necessária e o custo associado à implementação são um exemplo, além da necessidade de educar os utilizadores sobre novas práticas de autenticação.

É evidente que o fim das palavras-passe tradicionais ainda pode estar distante, mas a mudança já começou.

(*) Sistemas de Informação - Wondercom