
Por Pedro Rocha e Silva (*)
As tendências do mercado de trabalho, ao longo deste ano, refletirão as rápidas mudanças que estão a ser impulsionadas pela tecnologia e pela procura de uma maior sustentabilidade e equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.
A automação e a integração de inteligência artificial (IA), a par da consolidação de modelos de trabalho híbridos, serão uma realidade que marcará o ano de 2025 e com impactos ao nível do mercado de trabalho.
A adoção crescente de inteligência artificial e a automação provocarão significativas alterações no mundo laboral, trazendo maior eficiência, maior rapidez, e permitindo, ao mesmo tempo, que os trabalhadores se foquem em tarefas de maior valor acrescentado. O reverso da moeda será tornarem algumas funções e competências menos necessárias. Ou seja, muitos empregos baseados em tarefas repetitivas e previsíveis (como acontece com os operários de fábricas, operadores de caixa ou analistas de dados básicos) poderão vir a ser substituídos rapidamente por tecnologia.
No que respeita aos impactos positivos, salientaria o aumento de eficiência e produtividade, assim como a expectável criação de novos empregos (note-se que todas as “revoluções” anteriores eliminaram empregos, mas criaram muitos outros). Para que a IA funcione e se consolide serão seguramente necessárias novas funções e, a partir do momento em que a utilização da tecnologia se generalize, outras funções surgirão para tirar partido de tudo o que ela nos traz.
Com a IA, multiplicam-se as possibilidades de desenvolvimento à disposição de cada um, representando a inteligência artificial uma possibilidade de aproximar níveis de performance entre os mais dotados e os menos dotados de competências. Por outro lado, profissionais que não tenham acesso a IA podem ficar para trás, ampliando as desigualdades no mercado de trabalho.
Existem igualmente questões éticas e sociais a serem tidas em conta. O uso de IA no recrutamento, por exemplo, levanta preocupações relativamente a um potenical viés algorítmico e discriminação. Além disso, o impacto da IA em questões de privacidade no local de trabalho é uma área de debate cada vez com maior relevância.
Na minha opinião, e na maioria dos casos, a IA servirá como uma ferramenta para ampliar ou prolongar as capacidades humanas, e não para as substituir. Se pensarmos, por exemplo, na medicina, facilmente conseguimos perceber que a utilização de IA para diagnósticos mais rápidos ou mais precoces pode constituir efetivamente um enorme contributo, não colocando em causa o princípio de que a decisão final será do médico.
Uma coisa é certa: a IA está já à nossa disposição e em 2025 contribuirá decisivamente para um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e em evolução, exigindo uma adaptação contínua de trabalhadores, empresas e governos. A chave estará em encontrar um equilíbrio saudável entre os benefícios que a tecnologia nos traz e os riscos que potencialmente comporta para o mundo do trabalho.
(*) Managing director da LHH DBM Portugal
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