Por João Martins (*)
Nos últimos meses, a vida tal como a conhecíamos sofreu uma alteração profunda. Em resposta aos planos de contingência e emergência, que rapidamente tivemos de adotar para fazer face aos riscos da pandemia, a grande maioria de nós teve de se adaptar a novos ambientes de trabalho remotos, a gerir o ensino em casa e a tentar integrar-se da melhor forma nesta "nova normalidade" imposta.
Enquanto continuamos a lidar com a disrupção da nossa vida profissional e pessoal, não devemos deixar de refletir sobre alguns pontos positivos resultantes desta situação:
- Tanto as empresas como os seus colaboradores estão a encontrar formas inovadoras não só de garantirem a continuidade do seu negócio, mas também de prosperar nas circunstâncias atuais;
- As empresas emergirão mais preparadas e robustas, à medida que os seus processos e a sua workforce se torna mais resistente e simultaneamente flexível.
A liderança organizacional começa a confirmar o impacto positivo que o trabalho remoto está a ter, e esta “evolução forçada” comprova que as organizações não precisam necessariamente de um roadmap de 4 a 5 anos para iniciarem a sua transformação digital.
Neste momento, parte da conversão digital de muitas entidades aconteceu literalmente da noite, para o dia. Não que este seja o processo mais adequado, obviamente que a maioria dos CIOs preferia uma transição mais ordenada e deliberada, mas este cenário de “necessidade” obriga a que a transformação digital seja agora considerada numa escala temporal menor (de meses, em vez de anos).
A necessidade é a força propulsora da transformação
Como diz o velho ditado “a necessidade aguça o engenho” e embora as empresas a nível global sejam obrigadas a navegar por estas águas desconhecidas, a nossa capacidade de manter alguma forma de "business as usual" é essencial se quisermos sair do outro lado e emergir mais fortes do que nunca.
O surto colocou forçosamente a transformação no topo da agenda empresarial, demonstrando que o digital é uma necessidade operacional, e não apenas um "nice to have".
O que significa toda esta transformação?
Numa tentativa de diminuir a curva do impacto negativo causado pelo covid-19, a capacidade de trabalhar remotamente foi essencial para a maioria dos trabalhadores a nível mundial.
No entanto, para além da crise, os indicadores sugerem que o conceito de trabalho a partir de casa está destinado a tornar-se uma parte ainda mais proeminente de muitas empresas.
Inclusive, um estudo recente da Gartner revelou que 74% dos CFO esperam transferir pelo menos 5% dos seus empregados anteriormente “on site”, para funções remotas permanentes, após terem testemunhado os benefícios associados.
Além disso, as empresas começam a verificar que é mais fácil conseguir uma força de trabalho mais qualificadas com o trabalho à distância.
Os funcionários que anteriormente evitavam um ambiente típico de escritório, como os menos capazes fisicamente, ou os que cuidam de crianças pequenas, podem agora ser integrados numa força de trabalho moderna utilizando ferramentas de colaboração intuitivas.
Do ponto de vista do recrutamento, esta possibilidade alarga a pool de talentos disponível para as empresas e apresenta oportunidades de carreira a diversos grupos, provocando uma mudança positiva para muitos.
Redesenhar a infraestrutura de IT para acomodar uma força de trabalho remota
A fim de apoiar os seus trabalhadores, os líderes empresariais foram forçados a repensar a forma como as suas organizações operam e como a infraestrutura de IT pode ser redesenhada para acomodar novas formas de trabalho. Nos últimos meses, assistimos a uma aceleração das empresas na adoção de soluções híbridas de infraestruturas, a fim de sustentar a continuidade do negócio nestes tempos difíceis.
Este tipo de soluções ajudam as empresas, quando estas procuram resiliência e a agilidade nas suas operações.
Por exemplo, para fazer face ao pico da procura junto do retalho online e satisfazer as expectativas dos clientes, os retalhistas estão cada vez mais a migrar para ambientes híbridos de cloud computing.
Além disso, o número crescente de organizações que permitem políticas de trabalho remoto levou a uma maior sensibilização e necessidade de soluções robustas de segurança e redundância de IT.
Adoção de um modelo de negócio centrado nas pessoas
Embora a resiliência tecnológica possa ajudar as organizações a sobreviver à crise, para além da tecnologia existe um elemento humano que não podemos esquecer.
O trabalho à distância mostrou-nos que a consciência da saúde mental e do bem-estar devem agora fazer parte do kit de ferramentas de cada empregador.
É vital que as empresas façam o que puderem para capacitar o seu capital humano a trabalhar em segurança a partir de casa e a sentir-se conectado com a equipa.
No final das contas, o bem-estar e a produtividade de uma força de trabalho dispersa é o que vai mantendo a prosperidade dos negócios.
Pode ser difícil prever neste momento, mas há luz ao fundo deste túnel, e o mundo será provavelmente um lugar melhor quando sairmos desta crise.
A tecnologia avançará mais rapidamente, a força de trabalho tornar-se-á mais diversificada e tanto as empresas, como as pessoas serão mais resilientes.
Um futuro mais brilhante está a ser construído.
(*) CEO da Cilnet, a Logicalis Company
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