Gustavo Brito (*)

 

O êxito das empresas consiste em analisar o processo de compra dos seus clientes algo que apesar de parecer simples mas complica-se consideravelmente na época em que vivemos. Vivemos num mundo em que as coisas não acontecem por baixo dos nossos pés mas sim por cima das nossas cabeças. Os utilizadores pedem cada vez mais inovação para serem mais ágeis e melhorar a sua qualidade de vida. As empresas, por seu turno, devem ser capazes de analisar os gostos dos seus Clientes oferecendo-lhes o que procuram de forma proactiva.

Está provado que o smartphone é o dispositivo do futuro. Atualmente a maioria dos conteúdos são consumidos através dos smartphones ou tablets. A compra de serviços e produtos é cada vez mais online, o uso massivo de aplicações como Wallapop, Cabify, Aliexpress e Amazon é um exemplo do universo que temos à nossa disposição.

Tudo isto nos leva a admitir que as empresas devem iniciar a “Transformação Digital”, ou o que chamamos de Indústria 4.0, e desenhar agendas de digitalização de forma imanente. Esta estratégia digital deve estar definida pelos diretores de cada área de negócio, em conjunto com um rol já existente em algumas empresas que é o Diretor de Digitalização e que deve responder ao Diretor de TI. Porque deve ser assim? Porque a informação de cada área de negócio é importante, deve ser recolhida, processada e analisada de forma integrada para que uma vez reconhecidas as necessidades sejamos capazes de reagir e oferecer produtos e serviços que acrescentem valor ou nos diferenciem da nossa concorrência e, por fim, serem rentáveis. E é aqui que a tecnologia e os fornecedores de sistemas têm grande responsabilidade porque devem levar a todos os clientes as soluções que necessitam nessa transformação digital e assim apresentar soluções pensadas no futuro porque a tecnologia digital avança tão rápido que devemos estar a desenvolver hoje o que o Cliente necessita amanhã.

Sabemos que o cliente quer utilizar sistemas ciber-físicos, que tenham a capacidade de estabelecer comunicações M2M e ao mesmo tempo com humanos que querem utilizar impressoras 3D, o que querem visualizar os seus projetos em 3D, usar smartwatches, óculos de realidade virtual, interagir com o seu ERP por voz... hoje tudo isto é possível.

A transformação digital é uma ferramenta tecnológica que forma parte do processo de recolha de dados, otimização de processos e inovação e de acordo com o uso dos sistemas ERP. Mas começando a falar de análise, e não devemos perder esse foco, porque como dizia anteriormente é a chave para ser competitivo. A digitalização abre-nos a porta a um volume de informação e dados que jamais tínhamos imaginado que poderíamos chegar a gerir em qualquer negócio. O problema agora é que dispomos de informação que acrescenta valor e outra que é chave para o nosso negócio e para os diretores que, agora, cada vez dispõe de menos tempo e que devem tomar decisões a uma velocidade sem precedentes. Isto faz com que se imponha a necessitar de ter ferramentas que extraiam informação visual e ad-hoc segundo as suas necessidades para que haja uma tomada de decisão fundamentada na informação de negócio.

Vivemos num mundo onde as coisas acontecem sobre a nossa cabeça mas os fornecedores de sistemas têm a responsabilidade de proporcionar ferramentas que ajudem os nossos Clientes a colocá-las à frente dos nossos olhos e nas nossas mãos.

(*) Managing Director da IFS Ibérica