Por Luís Silva (*)
No mundo atual, onde a tecnologia está presente na maioria dos aspetos das nossas vidas, a literacia digital é uma competência crucial para todos e, em especial, para as crianças e jovens, já que o seu futuro se espera cada vez mais ligado às atuais tecnologias e àquelas que ainda estão por surgir. Neste Dia da Criança, proponho-me assim a pensar como esta preocupação deve ser cada vez mais respondida precisamente nas escolas, lugares onde a promoção desta literacia desempenha um papel fundamental na preparação dos alunos para enfrentarem os seus desafios futuros e aproveitarem as oportunidades oferecidas pela era digital.
A literacia digital torna-se essencial para preparar as crianças para um futuro cada vez mais digitalizado. Independentemente da sua área de interesse ou carreira escolhida, a capacidade de usar a tecnologia será uma vantagem, sendo que a maioria dos empregos já exige um nível de skills digitais, e, as tendências indicam que a procura por profissionais com habilidades tecnológicas continuará a crescer. Aliás, fará sentido ir mais além e integrar, por exemplo, o ensino de bases de programação nas escolas, visto que esta educação desde a primeira idade vem preparar os alunos para se destacarem no mercado de trabalho.
Desta forma, a educação para o digital, nomeadamente em programação, está estreitamente ligada ao desenvolvimento de competências essenciais para o século XXI, como pensamento crítico, a resolução de problemas, cooperação, comunicação e criatividade, que são e continuarão a ser skills fundamentais para o sucesso académico e profissional. E estas aprendizagens e aquisição de novas competências podem mesmo impactar positivamente o próprio sucesso escolar dos alunos, melhorando os seus resultados em disciplinas como Matemática, Ciências, ou mesmo Português.
Por outro lado, a literacia digital nas escolas desempenha cada vez mais um papel crucial na consciencialização dos alunos acerca dos perigos da internet, tornando-os cidadãos mais responsáveis e atentos. Os estudantes devem ser informados sobre ameaças como cyberbullying, predadores online, exposição a conteúdos inadequados e partilha de informações pessoais. Ao compreenderem os riscos envolvidos na sua presença online, podem adotar práticas seguras e proteger a sua privacidade e segurança digital. E, além de aprenderem a proteger-se dos perigos da internet, podem também conhecer as questões éticas e legais relacionadas com o uso da tecnologia de forma a serem orientados sobre como ter um comportamento responsável e ético em ambientes digitais, respeitando os outros e contribuindo positivamente para a comunidade online.
Nesta educação para a tecnologia também haverá grandes benefícios numa parceria entre os educadores e as famílias, de forma a garantir-se a melhor utilização destas ferramentas por parte das crianças. As escolas podem fornecer orientações aos pais sobre como supervisionar as atividades online dos seus filhos, discutir sobre os perigos da internet e implementar medidas de segurança em casa, o que ajudará a criar um ambiente seguro e protegido, tanto dentro como fora das salas de aula.
Por tudo isto, é fundamental que as escolas incorporem a literacia digital nos seus currículos e forneçam recursos e orientações adequadas aos alunos e às suas famílias. Ao fazer isso, estarão a capacitar a próxima geração para prosperar num mundo digital em constante evolução, permitindo-lhes que usem a tecnologia em seu benefício, sempre de forma saudável e segura.
(*) Presidente Porto Tech Hub
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