Por Joana Teixeira (*)

O Microlearning é um conceito que emergiu no início deste século, em larga medida, como resposta às necessidades de um novo perfil de formando que começava também a ser caracterizado.

Quando, em meados de 2014, o estudo Meet the Modern Learner, realizado pelo analista Josh Bersin, vem salientar que esta é a estratégia de aprendizagem para combater a sobrecarga de informação, a distração e a impaciência de um formando bombardeado de informação, o Microlearning começa a encontrar o seu espaço na área do desenvolvimento.

O QUE É E COMO FUNCIONA?

Esta é uma abordagem de aprendizagem que capitaliza a capacidade cognitiva natural do cérebro humano para absorver informações em pequenas quantidades, envolve a entrega de conteúdo em segmentos de curta duração e em diferentes formatos de media. Permite, igualmente, uma aprendizagem autodirigida e é facilmente incorporada na rotina diária de uma pessoa, o que resulta numa aprendizagem mais flexível e personalizada.

Já no estudo "Microlearning: A Modernized Education System", publicado em 2022 pelo Journal of Applied Psychology, os dados vêm relevar que o Microlearning pode ser extremamente eficaz, particularmente em ambientes de aprendizagem online. E que, ao dividir o conteúdo em pequenos módulos os participantes conseguem assimilar e reter a informação com mais eficácia.

AS VANTAGENS DESTA ABORDAGEM

São várias as vantagens que encontramos associadas à abordagem. Desde logo, uma clara redução de custos, especialmente quando comparada com as abordagens Macrolearning, mais tradicionais. Mas também uma maior flexibilidade, para além da possibilidade destas soluções poderem ser entregues no momento da necessidade, e com isso ajudar a melhorar o desempenho e permitir a incorporação da aprendizagem na rotina diária da pessoa. A combinação desta abordagem com a prática de aprender em qualquer lugar, a qualquer momento, através de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, vem permitir que os colaboradores aprendam em movimento, aplicando novas competências assim que as adquiram.

Mas não ficamos por aqui. Com a crescente dependência da tecnologia no local de trabalho e o aparecimento de preocupações com o tema Screen Fatigue, o Microlearning surge como uma possível solução para este problema, ao proporcionar uma forma de aprendizagem que é, ao mesmo tempo, eficaz, respeitosa para com a saúde e que melhor responde às vicissitudes da também conhecida como Geração Conectada, ou Geração C.

O IMPACTO DO MICROLEARNING NA GERAÇÃO C

Ora, a Geração C não se define pela idade, mas pela sua quase permanente conectividade e apetite por informações rápidas e diretas.

Esta geração valoriza a flexibilidade e o imediatismo da aprendizagem, preferindo módulos curtos e focados que podem ser consumidos em qualquer lugar e a qualquer momento. Ao proporcionar conteúdos de aprendizagem flexíveis, imediatos, personalizáveis e interativos, o Microlearning oferece uma abordagem de aprendizagem que se encaixa perfeitamente no estilo de vida e nas preferências desta faixa geracional.

Importa lembrar que o sucesso da implementação da abordagem nas organizações depende da estratégia de desenvolvimento de competências subjacente. O futuro da educação corporativa reside na habilidade de integrar eficazmente o Microlearning nas práticas de desenvolvimento profissional. E tal deve ser feito através do ajustamento às necessidades e exigências de um mundo de trabalho cada vez mais dinâmico e digital.

(*) Head of Digital Learning na CEGOC