Netbooks e Comércio Electrónico

Por Henrique Carreiro (*)

[caption]Henrique Carreiro[/caption]
Os computadores portáteis de baixo peso e vocacionados sobretudo para acesso à Internet poderão revolucionar a forma como vemos e usamos o comércio electrónico.

O nome ainda não é consensual, mas Netbooks parece começar a estabilizar como a designação por que são conhecidos os computadores ultra-portáteis, com ecrãs de tamanho igual ou inferior a 10 polegadas de diagonal e pesos de pouco mais de um quilo. Estes computadores, que têm o espaço europeu como o que mais rapidamente os está adoptar, estão a transformar rapidamente a visão do que é, de facto, fundamental na computação pessoal - principalmente para quem tem que se deslocar com frequência e ainda assim ter acesso a capacidades básica de computação. Poderão também, de caminho, mudar completamente a forma como, quando e onde acedemos a serviços e fazemos comércio electrónico ou consumo de serviços online.

A razão porque os europeus estão a adoptar tão rapidamente os Netbooks é porque o modelo de distribuição (e subsidiação) dos telefones móveis está a ser aplicado a estes computadores, principalmente porque eles são, actualmente, uma das propostas mais tentadores que os operadores móveis podem oferecer para estimular o uso da capacidade instalada das redes UMTS. Os fabricantes destes pequenos dispositivos também rapidamente começaram a afinar o conceito original por forma a incluir de origem o acesso a redes 3G, para além das capacidades de acesso a redes Wi-Fi e Bluetooth. Estes são, assim, de entre os dispositivos móveis actualmente existentes, dos que têm de origem melhor conectividade, ultrapassando nalguns casos os Smartphones.

Se os telefones (sejam os "normais" ou os Smarthpones) sempre foram vistos como uma promessa adiada no que diz respeito a aplicações de comércio electrónico (poucos são os utilizadores que fazem compras online recorrendo apenas ao telefone), os Netbooks têm todas as possibilidades de vir a transformar este panorama. A possiblidade de desfrutar de toda a capacidade gráfica dos sítios actuais de comércio electrónico - sem que estes tenham que apresentar um aspecto diferente e optimizado para ecrãs muito mais pequenos, como é o caso dos telefones móveis, fará uma enorme diferença na experiência de utilização. Os Netbooks, devido à sua grande autonomia, portabilidade e conectividade, tornar-se-ão sem dúvida os companheiros de todas as horas para acesso a pagamentos online, acesso a home banking ou a informação de produtos na hora de compra (que nunca sente a vontade, na altura até de uma compra por impulso, de procurar ir online saber mais sobre o produto antes de fechar a transacção?).

Os Netbooks estão a transformar-se nos segundos ou terceiros computadores para muitos utilizadores. Mas um segundo ou terceiro computador que anda sempre connosco tende a tornar-se o principal. Pode fazer-se uma analogia com a câmara fotográfica do telemóvel: pode ser a segunda ou terceira de muitos dos seus proprietários, mas por estar sempre presente acaba por ser aquela com que mais fotografias são tiradas.

A perspectiva para os criadores de sites ou de modelos de negócio online é que mais vale ter em conta esta nova realidade. Os Netbooks não são apenas mais uma moda efémera na computação. São uma mudança de fundo na demografia da utilização portátil (estão a atrair muitos utilizadores novos) e no modo de utilização: finalmente temos computadores que, em definitivo, podem estar durante um dia completo sem ter que estar preso por fio a uma tomada de electricidade e que podem efectivamente aceder à Internet (com ecrã total) em qualquer local. Muito do comércio electrónico que se vier a fazer nos próximos anos será feito a partir dos sucessores dos actuais Netbooks. Trata-se uma revolução de que agora podemos apenas vislumbrar os contornos.

(*) Director da área de Information Worker na Microsoft Portugal

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