Por Miguel Pedroso (*)
Quando se fala de smartphones e do seu carácter inovador, recordo-me sempre de Steve Jobs a apresentar a primeira geração do iPhone. Sem teclas físicas, apenas uma tela onde se fazia tudo com o toque dos dedos. Foi um passo revolucionário.
O iPhone de primeira geração tinha apenas 3.5” de tela. Hoje verificamos que os smartphones têm ecrãs com quase o dobro do tamanho, variando entre as 6” e as 6,7”. Os telemóveis evoluíram de duas câmaras (uma dianteira e uma traseira), para uma realidade onde podemos ver duas câmaras à frente e quatro atrás. Gerou-se uma competição entre as marcas para ver qual disponibilizava maior número e funcionalidades diferenciais num smartphone. O utilizador passou a beneficiar de mais valias como a fotografia computacional. O mercado das máquinas fotográficas ressentiu-se no número de vendas. Em pouco mais de uma década registaram-se mudanças de hardware e software assinaláveis nestes dispositivos, ocasionando impacto em larga escala na forma como comunicamos e vivemos.
Máquinas para todo o serviço e entretenimento
A evolução dos smartphones veio fazer com que fosse mais relevante consumir conteúdos, jogar e fazer praticamente tudo o que se pode fazer num computador que se encontra na nossa palma da mão. As pessoas passaram a usar os dispositivos noutras situações para além de realização de chamadas e envio de mensagens. Passaram ir ao seu e-mail, à internet como se estivessem num PC. A generalização das redes sociais veio intensificar ainda mais a sua utilização pela partilha de conteúdos, por exemplo. Em constante desenvolvimento, os dispositivos móveis tornaram-se também ferramentas de visualização de filmes e séries, o que motivou incrementos no tamanho dos ecrãs. Os videojogos vieram dar ainda um grau de maior influência destes dispositivos nas nossas vidas, motivando a interatividade, a competitividade e novas capacidades como o “streaming”.
Um futuro digital e automatizado
Com o 5G, estamos a um passo de termos um futuro mais automatizado. Esta tecnologia veio proporcionar velocidades muito superiores a nível de download e upload, permitindo que se possa transmitir mais informação em menos tempo. A sua implementação torna possível o avanço de conceitos como smart cities. As cidades tecnológicas do presente e futuro serão mais sustentáveis, desenvolvidas a pensar na saúde e bem-estar das pessoas. Estarão assentes numa volumosa partilha de dados, através de dispositivos como smartphones. Quem fala de smart cities pode referir-se a outras áreas como: habitações inteligentes que têm funcionalidades controláveis através do nosso telemóvel; veículos que se conduzem sozinhos e que terão sempre um comando; robôs que fazem trabalhos árduos e que nos ajudam a ser mais produtivos.
Os smartphones, a meu ver, tornar-se-ão os nossos comandos no futuro. Serão os portais de dados das pessoas, em tempos cada mais automatizados e “smart”. São a ferramenta adequada para recolher, tratar e comunicar informação com as máquinas. Terão a capacidade de replicar o que vemos em filmes de ficção, sendo um único dispositivo para controlar diversas áreas da nossa ação em qualquer local em que estejamos. Estará esse futuro menos distante do que antevemos?
(*) Digital Experiences Designer - Decode
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