A Apple está a enfrentar uma escassez a nível de chips que gerem o consumo de energia em iPhones e outros equipamentos. A situação poderá colocar em risco a sua capacidade de dar resposta à elevada procura pelos seus smartphones, em especial a recém-apresentada família iPhone 12. E os efeitos podem fazer-se sentir já durante este trimestre, marcado por campanhas como a Black Friday e pela época natalícia.

De acordo com fontes a que a Bloomberg teve acesso, a redução de número de chips disponíveis tem como principais causas as restrições implementadas pelo governo de Donald Trump, assim como as disrupções nas cadeias de produção devido à pandemia de COVID-19.

Recorde-se que em maio, o governo norte-americano impôs novas restrições às empresas chinesas, como a Huawei, que estão na sua “lista negra”. A medida estabelecia que, a partir de 15 de setembro, os fornecedores globais da Huawei que usam tecnologia norte-americana no desenvolvimento ou produção dos seus produtos teriam de pedir uma autorização a Washington para venderem componentes essenciais à empresa chinesa.

Numa tentativa de tentar mitigar as consequências da medida, a Huawei começou a armazenar um stock extra de componentes, como chips, acabando por deixar uma quantidade menor para os restantes compradores.

Uma vez que o iPhone 12 tem suporte a 5G, assim como funcionalidades mais avançadas nas suas câmaras, como a presença de um sensor LiDAR nos modelos Pro, a gestão do consumo de energia reveste-se de uma maior importância.

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A mais recente desmontagem da iFixit demonstrou que o iPhone 12 recorre a componentes fabricados pela Texas Instruments para controlar o fornecimento de energia para o sistema de câmaras, assim como chips da STMicroelectronics NV e Qualcomm que executam a mesma função, mas para o modem 5G.

Durante uma teleconferência com analistas, Tim Cook, CEO da Apple, já tinha alertado para a existência de dificuldades no fornecimento no que toca ao iPhone 12, computadores Mac, iPad e alguns modelos de Apple Watch, embora não mencionasse especificamente a questão dos chips.

A disrupção na produção do iPhone chega numa altura em que as receitas da Apple no mercado chinês atingiram o nível mais baixo desde 2014. Os investidores estão preocupados com a possibilidade de a empresa da maçã perder terreno em relação à Huawei ou à Xiaomi em um dos seus mercados mais críticos.