Sejam vagas de calor intenso a bater recordes de temperatura desde que são registadas, a tempestades que causam cheias com prejuízos incalculáveis, as alterações climáticas continuam a causar fenómenos naturais devastadores. Em maio, a região de Emilia-Romagna, uma das mais importantes áreas agrícolas de Itália, foi assolada por tempestades que causaram inundações dos terrenos, em que nem as casas conseguiram salvar-se da destruição.
Estima-se que a tempestade tenha gerado estragos num valor de 8,8 mil milhões de euros. E passados dois meses dos eventos a região ainda não demonstra sinais de recuperação. A ESA publicou imagens de satélite das inundações, destacando que entre os dias 16 a 18 de maio choveu 350 milhões de metros cúbicos de água. Trata-se do o equivalente a seis meses de chuva que caiu em 36 horas na região.
Veja na galeria as imagens das inundações em Itália:
A chuva inundou 23 rios da região, afetando 100 municípios, tendo destruído ou causado danos a centenas de estradas. Depois das cheias veio uma seca, diminuindo a capacidade das terras em absorver a água.
As imagens partilhadas pela ESA mostram as áreas afetadas pelas cheias, assim como as estimativas dos estragos. A plataforma InCubed SaferPlaces da agência espacial europeia está a ser utilizada pela proteção civil da região para gerar mapas de profundidade das áreas inundadas e ajudar nas decisões cruciais. O sistema mistura as imagens de satélite (Copernicus Sentinel-1 e Sentinel-2, CosmoSky-Med, Planet e SPOT), informações climatéricas e modelos de IA para oferecer insights das regiões em estudo.
No mês de junho, a área de Matador, no Texas, foi alvo de um novo tornado, gerando ventos acima dos 100 km/h. Deixou um rastro de destruição na cidade, provocando três mortos e diversos feridos. Na zona oeste da cidade diversas empresas e casas foram destruídas e ainda estavam a ser evacuados habitantes presos nos edifícios que colapsaram.
Das inundações para as secas, perdas recorde de gelo dos glaciares, assim como aumentos da temperatura do ar e dos oceanos, os satélites da ESA estão também a ser utilizados para monitorizar padrões, de forma a ajudar a entender e prever as consequências dos fenómenos no contexto das alterações climáticas.
De considerar que o último inverno foi considerado um dos mais quentes na Europa. A falta de chuva e as temperaturas elevadas afetaram Espanha, França, Reino Unido e o norte de Itália. A ESA explica que, segundo dados do Copernicus Climate Change Service, entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, a temperatura média na Europa foi 1,4°C acima da média registada entre 1991 e 2020.
O anticiclone Cerberus vai fazer com que as temperaturas ultrapassem os 40ºC em grande parte da Itália e podem ser quebrados os recordes de 2021. No ano passado mais de 60 mil pessoas morreram devido às ondas de calor e as autoridades alertam que este ano pode ser pior. Estimou-se que as temperaturas tenham subido para os 48°C nas ilhas da Sicília e da Sardenha, e que são potencialmente as temperaturas mais elevadas já registadas na Europa.
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