
O Me.Ring é uma ideia da Argodesign, mas, por enquanto, não passa disso. No entanto, numa sociedade cada vez mais vigilante, a proposta desta empresa norte-americana vem a calhar: um modo incógnito para a vida real.
É para isso que serve o anel e o pequeno interruptor que integra. Basta ativá-lo para que nenhum dado pessoal possa ser recolhido. Na prática, isto significaria que nem a sua face, a sua localização ou qualquer outro detalhe pudesse ser utilizado para o identificar ou construir um perfil sobre si.
Seria a forma possível de obter o anonimato, numa altura em que se tornou praticamente impossível evitar que os nossos passos sejam registados e analisados para o resto das nossas vidas.
"O anel é uma chave que nos permite decidir se queremos, ou não, interagir com a sociedade", disse Jenny Clark, em conversa com a Fast Company. A diretora criativa que o conceito não está a ser materializado, até porque a infraestrutura de software necessária para o suportar não só teria proporções gigantescas, como requereria o envolvimento ativo de governos e gigantes tecnológicas - algo pouco provável, dado que ambos beneficiam da recolha e da análise massiva de dados.
O hardware, em si, tem apenas um interruptor físico, mas é o emparelhamento a uma app dedicada que lhe dá mais camadas. Nesta, seria possível decidir que dados partilhar, por exemplo.
Jared Ficklin, responsável pelo departamento de tecnologia na Argodesign, sublinha que esta é também uma forma de as pessoas poderem monetizar os seus próprios dados. Tecnicamente falando, o Me.Ring teria de estar em constante comunicação com todos os aparelhos circundantes, viabilizando, ou não, a recolha de dados. Mediante uma rejeição, a entidade que solicita a recolha dos seus dados, pode ser impelida a oferecer algo em troca dos mesmos, dando-lhe, assim, a possibilidade de os monetizar.
Como afirma a Fast Company, há, por vezes, alguns benefícios em partilhar dados. No caso do ordenamento do território, por exemplo, uma cidade pode conseguir decidir melhor no capítulo do investimento em infraestruturas, se souber quantas pessoas passam, a pé, por uma dada rua, durante um período de uma semana. Numa loja, os dados podem ser utilizados para lhe endereçar sugestões que se alinhem melhor com os seus gostos pessoais. O descontrolo sobre a uso que estas entidades dão destes dados, contudo, já não é, de todo, positivo.
Para além de todas as transformações necessárias ao nível do software, seriam também necessários esforços legislativos que permitissem balizar todas as possibilidades que nasceriam com um produto do género. Nesse sentido, Ficklin acredita que o RGPD é um passo na direção certa, uma vez que, online, as pessoas podem agora escolher que dados querem, ou não, partilhar.
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