Há empresas com uma longa experiência, como a WeDo Technologies e a TIMWE ou a WIT Software, mas também há estreantes, como a Celfinet, ou outras que repetem presença, como é o caso da Papersoft ou a Aptoide, neste caso promovendo a AppCoins. A ambição é grande mas para além dos contactos nos quatro dias do MWC há efeitos que se prolongam por todo o ano.
Registadas na lista de expositores do MWC de 2018 estão oito empresas portuguesas, mas o número sobe se contabilizarmos mais quatro expositores na “outra feira”, 4YFN, sendo que um deles (a Startup Portugal) agrega a presença de sete participantes.
Os números são o que são e esta não é maior “comitiva” portuguesa à feira de Barcelona, sendo que tem sempre rondado a dezena a lista de expositores nacionais. O SAPO TEK tem seguido todos os anos o que fazem as empresas portuguesas na maior feira de telecomunicações e mobilidade e o registo é variável. Em 2017 mais de uma dezena de empresas portuguesas participaram na feira, em 2016 eram 10 à justa, em 2015 o número apurado pelo SAPO TEK foi de 12. Recuando ainda mais no tempo, em 2014 a participação foi uma das maiores, chegou a 14, duplicando o registo de 2013, que se fixou nas sete participantes.
Na verdade o número não é o que mais importa, mas a ambição e a consistência dos projetos. E é claro também que há muito mais portugueses na feira e, mesmo entre quase 100 mil visitantes, é fácil ouvir falar português e encontrar caras conhecidas.
Há empresas que vão a negócios ao MWC sem estarem como expositores, como é o caso da Altice Portugal que firmou acordos com a Huawei e a Cisco, enquanto outras subsidiárias de empresas internacionais também destacam os projetos desenvolvidos em Portugal. Caso da Altran Portugal que está a apresentar um projeto de Network Analytics desenvolvida no seu Expertise Center de Telecomunicações e Media de Lisboa.
À semelhança do que fizemos noutros anos, visitámos todos os expositores portugueses, para perceber o que estão a mostrar no MWC mas também as suas impressões sobre a feira. Apesar do mau tempo que este ano se fez sentir, e que não permitiu gozar do calor e sol habitual de Barcelona, a maioria os expositores portugueses garantem estar satisfeitos com a aposta na feira.
A TIMWE é a empresa portuguesa com mais espaço de exposição, o que já aconteceu em anos anteriores. A empresa que faz a grande maioria do seu negócio fora de Portugal dá primazia aos espaços de reunião, e a localização no pavilhão 2 é habitual, assim como o formato do stand, mais fechado. Aqui há espaço para apresentar as muitas aplicações que são desenvolvidas em Portugal e que têm como destinatários sobretudo operadores de países emergentes.
Este é já o quarto ano consecutivo de participação do Grupo TIMWE com um espaço próprio no evento, e apesar dos 30 escritórios que tem em várias localizações no mundo, durante a feira em Barcelona consegue rever os clientes de forma personalizada. “É uma oportunidade para voltarmos a falar de negócios, apresentar novos produtos, e também para os clientes estarem com outras equipas, de outros países.”, lembra Mariana Jordão, Diretora de Estratégia Corporativa do Grupo TIMWE.
Entre as dezenas de produtos que a empresa levou ao MWC estão algumas novidades, como as Appstores GameBox, KidsBox e SafetyBox que são pequenas “lojas” agregadoras de apps no sector de jogos, entretenimento infantil.
“É mais um ano e o ritmo já é muito conhecido”, explicou ao SAPO TEK Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies. A empresa esteve a apresentar a evolução das soluções de Gestão de Risco para as Telecomunicações, nomeadamente na área de fraude. A WeDo tem mais de 200 clientes em cerca de 108 países do mundo e aproveita a concentração no MWC para reuniões. Um dos destaques este ano foi a solução Digital Risk Profile, que avalia o nível de risco digital de cada utilizador com base nos dados públicos online.
Também “clientes frequentes” do MWC, a WIT Software este ano também teve mais espaço na feira. Pedro Pereira, CTO da empresa, mostrou ao SAPO TEK as soluções desenvolvidas na área de RCS, onde é considerada uma alternativa à Google. “Esta é uma área em que apostamos desde o início e estamos a ver frutos”, refere. Há vários exemplos de utilização que podem ser aplicados, e vantagens para as empresas. Pedro Pereira referiu uma possibilidade de rentabilização nos serviços de saúde, onde o envio de informação aos pacientes sobre as consultas marcadas, com a possibilidade de confirmação imediata, pode ajudar a poupar muitos milhares de euros.
A empresa tem também um sistema de gestão de bots que permite criar um bot engine de forma simples e que pode ser aplicado no Facebook ou noutras plataformas para gerir a interação com clientes.
Telemóveis, aplicações e muito mais
Entre as empresas portuguesas que este ano estiveram no MWC a IKI Mobile também já tem alguma experiência. Tito Cardoso, CEO da IKI Mobile, diz que já sabe o que vai fazer no próximo ano e que tem presença marcada. “Este ano investimos o dobro e no próximo ano queremos continuar a mesma linha”, justificou ao SAPO TEK. Para a edição de 2018 trouxe à feira um sobreiro plantado no meio do stand, que tem atraído atenção.
A nova gama de smartphones Bless e IKI Go estão entre as novidades que a marca destacou nesta edição do MWC, depois de ter aberto há algumas semanas a sua fábrica em Coruche. Para o CEO da IKI Mobile a exportação é o caminho e por isso a aposta no MWC faz todo o sentido.
Mais discreta, a presença da Mapidea tem também em vista a internacionalização da sua solução de “location intelligence” com uma plataforma que as empresas podem usar para rapidamente tirarem partido dos dados geolocalizados para o seu negócio. Pedro Moura, um dos fundadores do projeto, explica que no último ano a Mapidea duplicou as receitas e os clientes, e que quer continuar a crescer. Na feira lançou o Mapidea Telco Data Monetization e anunciou que a NOS vai ser a primeira operadora portuguesa a usar a sua solução, integrando-as nas suas iniciativas de Data Analytics.
Pela segunda vez, a tecnológica portuguesa Papersoft esteve presente no Mobile World Congress. Focada no desenvolvimento de soluções de captura inteligente de conteúdos a empresa apostou na apresentação de soluções para mercados emergentes, com especial destaque para o africano, onde se estima que até 2020 mais de 725 milhões de pessoas tenham acesso a serviços móveis financeiros. Jorge Carvalho e Hugo Pacheco explicam que o MWC é importante mas que é muito generalista, e que em geral outras presenças acabam por ser mais "produtivas" em contactos, nomeadamente a MoneyConf, onde o foco está mais diretamente centrado na área das fintech.
O mercado internacional está também na mira da Aptoide que foi a Barcelona promover as AppCoins, moeda digital portuguesa. Paulo Trezentos e Álvaro Pinto já conhecem bem todos os cantos e truques do MWC e são presença regular na feira, habitualmente no pavilhão 8.1. Este ano duplicaram a presença integrando também a comitiva da Startup Portugal ao 4YFN.
O modelo que a Celfinet adoptou é diferente. A empresa reservou este ano um espaço para reuniões no pavilhão 2, mas Nuno Guedes, responsável de vendas, explica que a participação não é nova e já tem mais de 10 anos. “Temos tido os dias preenchidos com contactos com parceiros”, explica. Apesar de ser um investimento considerável para a Celfinet, este modelo é mais rentabilizado do com que um stand. “Os nossos clientes são operadores móveis não andam tanto pelos stands à procura de soluções, justifica. A empresa tem produtos e serviços na área de redes e acesso rádio, e sistemas de monitorização de consumo de energia nas estações, que são responsáveis por mais de 80% do consumo de energia dos operadores. Atualmente 85% da faturação é realizada internacionalmente.
O MWC18 fecha hoje as portas e é tempo de arrumar os stands, guardar os contactos e voltar a casa. No próximo ano há mais.
Foi uma semana longa, recheada de anúncios e muitos quilómetros percorridos no MWC e no 4YFN, que o SAPO TEK acompanhou contando as principais novidades. Veja ou reveja algumas das imagens que marcaram o evento.
Nota da Redação: Foi feita uma atualização à notícia com mais informação. Última atualização 02/03/2018 10h17.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
The Game Awards: Astro Bot conquistou quatro prémios incluindo Jogo do Ano -
Site do dia
Estamos sozinhos no Universo? Pergunta foi a base do projeto SETI há 40 anos -
App do dia
Task Kitchen: a app que transforma listas de tarefas em agendas eficientes -
How to TEK
Mantenha as apps e jogos Android atualizados para evitar vulnerabilidades
Comentários