Abre hoje as portas oficialmente o Mobile World Congress (MWC) de Barcelona, a edição de 2021 que é a segunda a ser afetada pela pandemia do novo coronavírus, que no último ano obrigou a mudanças drásticas na vida de milhares de milhões de pessoas e ao encerramento ou adiamento de feiras e conferências.
Um teste negativo à COVID-19, uma máscara FFP2 e um badge digital para rastreamento de contactos de risco estão entre os acessórios obrigatórios para os cerca de 30 mil participantes esperados pela organização. Os números estão longe dos mais de 100 mil profissionais que habitualmente se deslocam a Barcelona para o MWC, apesar de nas últimas semanas a GSMA ter feito um esforço adicional para atrair profissionais locais, de Espanha, para participarem no evento.
Com uma incidência de Covid-19 agora nos 95 casos por 100 mil habitantes e mais de metade da população já com pelo menos uma dose de vacina anti Covid, Espanha decidiu acabar com o uso obrigatório de máscaras, mantendo a obrigação de uma distância social de 1,5 metros. Mas o receio mantém-se perante a rápida propagação da variante Delta.
E mesmo com o receio da pandemia, as limitações impostas e o menor número de expositores, os bilhetes continuam a ser caros, com preços a partir dos 768,9 euros até aos 4.614,5 euros para a experiência 5 estrelas.
Desistências massivas de eventos presenciais em 2020/21
Em 2020 o MWC foi o primeiro grande evento a ter de capitular perante a progressão da pandemia. Marcado para começar a 24 de fevereiro de 2000, quando os primeiros sinais da doença do novo coronavírus já tinham chegado à Europa, as desistências em catadupa obrigaram a GSMA, a associação que organiza a maior feira de tecnologia na Europa, a encerrar portas. E onde se esperava um mar de pessoas, no dia da abertura havia apenas um deserto, como o SAPO TEK constatou em Barcelona.
Outras desistências se seguiram, entre as apresentações e conferências da indústria e de empresas, causando milhões em prejuízos mas preservando a saúde quando mais de meio mundo partia para sucessivas fases de confinamento. A IFA de Berlim ainda resistiu, e organizou em setembro de 2020 um evento limitado onde o SAPO TEK foi o único meio de comunicação português presente.
Veja algumas imagens de como estava o ambiente da feira
Mas mesmo garantido que 2020 foi "um sucesso", este ano a IFA também já confirmou que não vai abrir portas, apesar de inicialmente ter avançado que estava "a todo o gás" e que ia realizar-se com público. Agora só volta em 2022.
A CES em Las Vegas também decidiu saltar a edição de 2021 em modo presencial e organizou uma feira virtual, mas com um impacto muito limitado e a CTA já anunciou as datas oficiais do evento entre 3 a 8 de janeiro de 2022, idealmente com pessoas em chão de exposição.
Xangai, testes à entrada e datas supostamente mais favoráveis
A confiança da organização do MWC Barcelona estava baseada na experiência do MWC Xangai, que se realizou de 23 a 25 de fevereiro de 2021 e que a organização considera um sucesso. A versão europeia decidiu manter a permanência em Barcelona até 2024, num acordo com a cidade, e exigir a apresentação de teste Covid negativo, mas não conseguiu evitar baixas de peso.
Algumas das empresas habituais, como a Ericsson, Nokia e Sony, confirmaram cedo que que não iam marcar presença no regresso do Mobile World Congress a Barcelona, e a Samsung e Lenovo também acabaram por desistir, entre muitas outras, como a TCL.
Mas há também grandes nomes confirmados, como a Telefonica ou a Orange, enquanto outros organizam apresentações virtuais. A TCL e a Lenovo já anunciaram as suas novidades, a Samsung tem sessão marcada para hoje ao final do dia, e certamente não serão as únicas.
Além da exposição há ainda a considerar a conferência como um dos pontos de referência do MWC21, que este ano conta com Elon Musk entre as cabeças de cartaz.
O 4YFN este ano não é um evento separado e vai mudar-se para a Fira Gran Via, com mais de 400 startups internacionais a mostrarem os seus produtos no Innovation Market, e 4YFN Discovery Area é a oportunidade para acesso a fundos de investimento e financiadores.
Tudo somado resulta porém num espaço muito mais limitado. Em vez de oito pavilhões, corredores cheios e todos os espaços ocupados, incluindo as passagens, há um pavilhão e algumas zonas com expositores.
Misto entre virtual e presencial com networking na app
A conferência conta com 350 oradores e um terço deles participam virtualmente, usando o Microsoft Teams, que a GSMA anunciou como parceiro do evento, integrado com as plataformas digitais de MyMWC. Há visitas virtuais guiadas e nas sessões os participantes podem colocar questões.
O "networking" habitual vai estar limitado a 35 mil participantes esperados, mas através da aplicação há a possibilidade de marcar reuniões ou conversas, e ter recomendações de contactos, por chat ou videoconferência.
Agora é ver que novidades esperar para nos próximos dias.
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