Há dois dias era apresentada a primeira foto de Vénus entre as várias tiradas pela sonda BepiColombo. A imagem em modo selfie tinha sido registada dia 10 de agosto, às 14h57 (hora de Lisboa) quando o engenho se situava a 1.573 quilómetros do planeta, um pouco depois do momento de maior proximidade, altura em que ficou a apenas 552 quilómetros de distância.
Na altura sabia-se que era a primeira foto divulgada de um conjunto alargado que a sonda tinha tirado naquele que é o seu segundo sobrevoo do planeta. No vídeo publicado pela Agência Espacial Europeia (ESA) esta quinta-feira mostram-se mais umas tantas.
Concretamente, a sequência reúne um total de 89 imagens obtidas pelas três câmaras de monitorização (MCAM) do módulo de transferência onde viaja a BepiColombo, a preto e branco e com a resolução possível de 1024x1024 pixéis.
A primeira foto foi tirada pela MCAM 1 antes da aproximação quando a espaçonave ainda estava no lado noturno do planeta, embora o lado diurno possa ser visto a “espreitar”. Aparece também o painel solar da espaçonave.
A segunda imagem foi registada pela MCAM 2 nos segundos a seguir ao momento de maior proximidade, quando a sonda se situava a apenas 552 quilómetros de distância e, por isso, com o planeta a preencher a maior parte do campo de visão. Todas as restantes imagens foram registadas pela MCAM 3 enquanto a espaçonave se afastava de Vénus.
A BepiColombo, que tem tecnologia e ciência portuguesas, visa explorar Mercúrio, o planeta mais pequeno e mais próximo do Sol, numa missão conjunta entre a ESA e a congénere japonesa Jaxa.
Foi enviada para o espaço num módulo de transporte - ou será melhor dizer foram enviadas, já que na verdade é composta por duas sondas - em outubro de 2018 e o seu objetivo é atingir a órbita do planeta e analisar o seu ambiente, origem e evolução, a sua estrutura e composição, as características do seu campo magnético e a dinâmica da exosfera, entre outros aspetos.
A passagem perto de Vénus é uma manobra necessária para que a sonda espacial possa chegar ao seu destino, já que é assim que perde alguma energia orbital para entrar no sistema solar interno, com influência gravitacional do planeta a ajudar nessa manobra.
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