A NASA deu um passo determinante para conseguir analisar o material recolhido no espaço do asteroide Bennu, matéria fundamental para ajudar a compreender os primórdios da vida na Terra.
Em setembro do ano passado, uma missão protagonizada pela OSIRIS-REx trouxe para Terra uma das maiores amostras de um asteroide já recolhida no espaço, cerca de 250 gramas, segundo os cálculos divulgados na altura. Até agora, foram recolhidas 70 gramas de material, guardado num recipiente pensado e desenhado para manter intactas as poeiras e pedaços de rocha transportadas, até à sua análise. Os primeiros resultados à análise do material recolhido foram divulgados em outubro.
NASA mostrou em outubro primeiros resultados dos testes em laboratório às amostras do Bennu
Logo após a missão foi também revelado que, além do material que era suposto, tinha sido possível recolher mais material, mas a configuração do mecanismo que o guardou tem dificultado o acesso dos cientistas e, consequentemente, a análise das amostras. Vencer a última barreira para chegar sem restrições às amostras exigiu muita paciência, estratégia e ferramentas específicas.
Esta última barreira foi imposta por dois dos 25 fixadores que isolavam a amostra dentro do mecanismo de recolha, que por sua vez estava arrumado numa espécie de porta-luvas para evitar quaisquer perdas.
A especificidade do mecanismo faz com que as ferramentas que podem ser usadas para o abrir sejam também elas muito específicas. Com as que existiam os cientistas não conseguiram abrir os dois últimos fixadores da cabeça do TAGSAM (Touch-and-Go Sample Acquisition Mechanism) e por isso foi preciso criar duas novas ferramentas, que encaixassem no local certo de forma precisa, fazendo a remoção sem danos.
Amostras do asteroide Bennun chegam à Terra depois de viajar quase três anos pelo espaço
O processo foi demorado porque, para além de terem de obedecer a medidas certas precisas, as novas ferramentas tiveram também de ser construídas em materiais específicos. Neste caso, foi necessário recorrer a uma liga de aço com a resistência certa para conseguir abrir os fixadores sem os danificar antes disso. Mas não só, o espaço de trabalho disponível (como mostra a foto) também foi um desafio para os engenheiros que acabaram por conseguir resolver o problema.
"Para além do desafio da conceção, que estava limitada a materiais aprovados pela equipa para proteger o valor científico da amostra do asteroide, estas novas ferramentas também tinham de caber no espaço apertado do porta-luvas, o que limitava a sua altura, peso e potencial movimento de rotação", como explica Nicole Lunning da equipa OSIRIS-REx no Centro Espacial Johnson da NASA, numa nota divulgada pela agência.
Como também explica a NASA, toda a amostra recolhida ficará assim disponível para análise depois de mais alguns passos adicionais, necessários para o resto da desmontagem do mecanismo.
A NASA promete fotos do momento em que conseguir chegar sem restrições ao resto da amostra, que será depois pesada, para atualizar os valores já divulgados sobre o tamanho da amostra recolhida do Bennu.
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