A idade do universo é algo que tem vindo a intrigar os investigadores, sendo que ainda não existe um consenso totalmente estabelecido em relação a este número. Uma nova descoberta feita por investigadores do Max Planck Institute, na Alemanha, vem agora apresentar uma nova proposta, indicando que este pode ser 2 mil milhões de anos mais novo do que se calculava, avança a Associated Press.
Para estimar a idade do universo, os astrofísicos recorrem à constante de Hubble, a qual calcula o seu ritmo de expansão através do movimento das estrelas. O quão mais elevado for o resultado deste cálculo, tal significa não só uma expansão mais rápida, mas também uma idade menor.
As anteriores estimativas, baseadas numa constante de Hubble de 70, indicavam que a idade do universo era de 13,7 mil milhões de anos. No entanto, o resultado obtido pelos investigadores do Max Planck Institute situa-se nos 82,4, revelando que este pode existir há aproximadamente 11,4 mil milhões de anos.
Para chegar a esta conclusão, a equipa de especialistas recorreu ao efeito de lentes gravitacionais, o qual permite a recolha de informação de um objeto espacial de grandes dimensões (à semelhança de um conjunto de galáxias) através de uma distorção no espaço-tempo.
Contudo, os cientistas que levaram a cabo a investigação depararam-se com um constrangimento que pode pôr em causa o estudo. Uma vez que foram utilizadas apenas duas lentes gravitacionais, a margem de erro é tão grande que existe a possibilidade de o universo ser até mais velho do que os cálculos indicam ser. Segundo Inh Jee, a investigadora que liderou o estudo, existe ainda um “grande nível de incerteza em relação à forma como as estrelas se movimentam na galáxia”.
Os novos resultados gerados por esta nova abordagem vêm reacender o debate acerca da idade do universo iniciado nos anos 90, revelando também as diferentes abordagens utilizadas para chegar a este número. Por exemplo, uma equipa de cientistas europeus descobriu em 2013, através da observação de radiação restante do Big Bang, que o seu ritmo de expansão seria de 67. Já em 2019, os cálculos realizados por Adam Riess, do Space Telescope Science Institue da Agência Espacial Norte-Americana, relevaram que este número poderia situar-se nos 74.
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