Uma onda de ar frio tem originado temperaturas invulgarmente baixas em todo o país, mas a vizinha Espanha tem enfretando dias ainda mais complicados. Uma fotografia captada pelo satélite da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) a 11 de janeiro prova isso mesmo, com Madrid a surgir literalmente a preto e branco.
Pelo "olho" do Copernicus Sentinel-2 é possível ver as consequências do maior nevão nos últimos 50 anos na região. A fotografia é a cores, mas a realidade é que apenas se vê pontos brancos e pretos.
Veja a imagem captada na íntegra
A "culpada" é a tempestade Filomena, que atingiu Espanha, e também Portugal, cobrindo parte do país com neve espessa e deixando metade dele em alerta vermelho. Madrid, uma das áreas mais afetadas, deparou-se, inclusive, com o encerramento do aeroporto e bloqueio de estradas.
Apesar de as imagens terem sido captadas depois da passagem da tempestade, no fim de semana, continuam a mostrar o seu impacto. Por exemplo, algumas pistas do aeroporto, visíveis no canto superior direito da imagem, ainda estão cobertas de neve.
De acordo com a Lusa, a maior parte do território espanhol encontra-se esta terça-feira debaixo da maior onda de frio das últimas duas décadas, com 12 das suas 17 comunidades autónomas em alerta para temperaturas mínimas extremas de até 16 graus negativos.
Qual a missão do projeto Copernicus?
Copernicus Sentinel-2 é uma missão de dois satélites. Cada satélite integra uma câmara de alta resolução, com o objetivo de cobrir as superfícies terrestres da Terra, grandes ilhas, águas interiores e costeiras a cada cinco dias.
Construído pela Airbus, o satélite Sentinel-2A, do programa Copernicus, foi lançado a 23 de junho de 2015 e, desde essa altura que fornece imagens óticas de alta resolução para muitos serviços e aplicações, nomeadamente de gestão agrícola e florestal.
O projeto Copernicus consiste na criação de uma rede que monitoriza o planeta ao nível das zonas florestais, zonas aquáticas, evolução dos solos, controlo de desastres naturais como derrames de óleo e até alterações climáticas.
Os mais recentes dados de um dos satélites da missão Copernicus, o Copernicus Sentinel-6 Michael Freilich, chegaram à Terra em dezembro e os resultados são melhores do que o esperado. “Foi possível perceber que o satélite consegue oferecer dados incríveis, graças à arquitetura digital do Poseidon-4 e ao facto de incluir, simultaneamente, pela primeira vez, um modo de processamento de radar de abertura sintética de alta resolução e um modo de convencional de baixa resolução em altimetria”, explicou na altura Craig Donlon, um dos cientistas que integra a missão por parte da ESA.
Veja as imagens do satélite de monitorização do nível do mar
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