
Reduzir o uso dos combustíveis fósseis em troca de veículos elétricos é o caminho para um futuro mais sustentável. Mas nem tudo parece linear, uma vez que as baterias de íon-lítio, essenciais para alimentar os automóveis, utilizam matérias-primas como o lítio, níquel, cobalto, cobre e grafite, cuja produção envolve diferentes intensidades de emissões de carbono, dependendo das fontes e os métodos de processamento, tais como as energias fósseis ou renováveis.
Ainda assim, são o processamento e a refinação destas matérias-primas as maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, como aponta o estudo da IDTechEx, “Critical Battery Materials 2025-2035: Technologies, Players, Markets, and Forecasts”.

O relatório diz que as fabricantes de baterias, para se manter competitivas neste mercado de crescimento rápido, precisam de ter a capacidade de assegurar um fornecimento estável e com custo-eficiência das matérias-primas. Isto a juntar-se com o enfâse crescente na sustentabilidade através do ciclo de vida da bateria, refletido no regulamento da União Europeia. Certas baterias já utilizam obrigatoriamente um passaporte para rastrear a pegada de carbono.
É nesse sentido, como aponta o relatório, que a redução das emissões de carbono em toda a cadeia de valor das baterias tem vindo a ser o principal desafio. É crucial que as empresas compreendam as emissões de carbono resultantes no processo de produção das matérias-primas.
O documento salienta que mesmo olhando para a mesma matéria-prima, esta pode apresentar variações nas emissões por ter origem em diferentes fontes, utilizando processos distintos de processamento e refinação, conduzidos por diferentes fontes de energia. O mesmo material pode ser tratado com combustíveis fósseis ou eletricidade verde, havendo desta forma um custo diferente para o meio-ambiente.
Propostas para a redução de emissões no tratamento das matérias-primas
O relatório aponta que a proporção das emissões dos gazes que contribuem para o efeito de estufa variam entre as diferentes fases de produção, desde a mineração, processamento e refinação. “No entanto, existe um consenso na indústria de que o processamento e refinação contam para a maioria das emissões”, refere o artigo.
O estudo aponta o níquel como aquele que contribui para mais emissões nas suas fases, com diferentes requisitos de energia. Mas é preciso olhar para as escolhas nos processos de produção e optar por aquele que tem um perfil com menos emissões. Também a grafite, seja ele natural e sintético, ou uma mistura dos dois, também tem elevadas emissões. “Ainda assim, mudar as fontes sintéticas para naturais da grafite tem um potencial de reduzir as emissões gerais”.

Tem havido prioridade em locais de mineração dos materiais em terra, quase à superfície. Mas à medida que estes recursos se esgotam, as atividades de mineração procuram mais fundo, o que requer o processamento de grandes volumes para extrair a mesma quantidade de minerais. “Em resposta, tecnologias avançadas de extração de minerais e processamento estão a ser desenvolvidas, mas estas inovações requerem um tempo significante e investimento, oferecendo riscos financeiros”, aponta o relatório.
A procura pelas matérias-primas, como o lítio e o cobalto, continua a crescer mais rápido do que a oferta global. O estudo avança com algumas propostas para a redução das emissões, tais como a reciclagem dos materiais existentes ou aproveitar os desperdícios da mineração.
O relatório salienta as perspetivas de mineração no fundo do mar como potencial futuro. No entanto, esta via continua numa incerteza a médio prazo devido aos desafios regulamentários, a aceitação pública e a capacidade económica.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Robots da Disney tornam-se mais expressivos (e adoráveis) com tecnologia da Nvidia e DeepMind -
App do dia
Fã de fotografia macro de flores e plantas? Flora Incognita é uma app útil para ter no “bolso” -
Site do dia
EarthGuessr desafia-o a adivinhar em que parte do mundo está usando apenas imagens de satélite -
How to TEK
Pesquisa Circle to Search está ainda mais inteligente. Saiba como utilizar
Comentários