A inteligência artificial foi a principal tendência da última CES, mas no que diz respeito aos ecrãs, a tecnologia de displays transparentes foi a grande atração. A ideia de “eliminar” o retângulo preto da sala de estar e substituir por uma superfície transparente é bastante atrativa. E marcas como a Samsung, LG e a Lenovo são as principais impulsionadoras desta tecnologia.
Segundo um relatório da IEEE, a organização sem fins lucrativos dedicada a estudar a tecnologias avançada, os novos ecrãs transparentes ainda vão chegar tão cedo em forma de produtos ao mercado. Tanto a tecnologia da LG, que aposta em ecrãs OLED e da Samsung que está à procura da melhor solução em microLED, estão prontas.
No caso da LG, o OLED é composto por componentes dos substratos que conduzem a energia pelas colunas e espaços do ecrã para dar carga elétrica a cada subpixel. O grande desafio é transformar estes materiais, que por natureza são opacos, numa substância transparente, para criar a forma que desejamos.
Veja na galeria a tecnologia de ecrã transparente da LG:
A IEEE diz que os traços condutores são a parte fácil, uma vez que os materiais têm uma capacidade de absorver 80% da luz. O problema está nos transístores, por serem mesmo opacos, passando a solução por construí-los o mais pequeno possível, para que não bloqueiem a luz. Estima-se que os protótipos da LG mostrados na CES tinham apenas 45% de transparência, pelo que ainda existe muito trabalho para a frente.
No caso do MicroLED da Samsung, a fabricante está a usar LEDs inorgânicos, descritos como muito eficientes em converter eletricidade em luz, como vemos nas luzes domésticas, nos faróis dos carros e outras utilizações. Nesta tecnologia cada pixel contém três LEDs, um vermelho, verde e azul, o que permite escalar para ecrãs gigantes para visualização a grandes distâncias, como concertos e estádios de futebol.
Os pequenos LED não bloqueiam muita luz, tornando-se mais fácil de obter um ecrã transparente. As demonstrações da Samsung utilizam ecrãs com 60% de transparência. Entre os desafios apontados, o problema está na forma como são montados os painéis. Os 25 milhões de microLEDs necessários para um ecrã de 4K precisam de ser posicionados com precisão, cada um conectado aos contactos elétricos corretos.
Nas conclusões, estes ecrãs transparentes prometem ser bastante dispendiosos. Até agora apenas a LG anunciou um produto comercial com ecrã OLED transparente, mas sem qualquer previsão de lançamento ou o preço no mercado. O preço elevado pode desafiar as fabricantes a convencerem os clientes das respetivas aplicações práticas dos modelos na sua compra. Aplicações industriais parecem existir, tais como painéis públicos de consulta de informações que não bloqueiam a visão para trás.
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