"Necessitamos de formatos de educação que garantam o desenvolvimento das competências do futuro, experienciais e experimentais, personalizados e ao ritmo de cada um (selfpaced), colaborativos e criativos, acessíveis e inclusivos, virados para o desenvolvimento de competências ao longo da vida", lê-se no documento a que a agência Lusa teve acesso.

O encontro, sobre o papel do Digital na Educação, organizado pelo Grupo 'SHARING KNOLWLEDGE' e o Movimento "Digital With Purpose", liderado pelo 'Global Enabling Sustainability Initiative' (GeSI), insere-se na preparação da conferência 'Digital with Purpose Global Summit', que deverá reunir cerca de 300 participantes, de 27 a 29 de setembro, no Altice Arena, em Lisboa.

"É o primeiro de uma série de encontros que estamos a realizar à volta das temáticas centrais da conferência que se vai realizar em setembro: a biodiversidade, a educação e as cidades sustentáveis", disse o CEO da GeSI, Luís Neves.

"Há 2 biliões de pessoas a nível global que não têm acesso à educação. E é preciso que se invista em mais digital para educar essas pessoas, para que possam melhorar os seus níveis de vida, terem acesso ao trabalho, emprego e a melhores condições sociais a nível planetário", acrescentou Luis Neves.

Segundo Luís Neves, a reunião realizada esta sexta-feira no Convento da Arrábida, no concelho de Setúbal, foi muito centrada na situação nacional e concluiu pela necessidade de uma "transformação dos sistemas educativos nacionais, em que o digital deverá ter um papel fundamental".

"Debatemos aqui a necessidade de uma nova educação à volta do digital, na medida em que o setor digital está a revolucionar e a mudar o paradigma de educação. São precisos incentivos, é preciso mais concorrência. Temos de olhar para a educação de uma outra forma e perceber que o digital vai ser uma tecnologia transformadora dos sistemas de educação, não só nacionais, mas também a nível global", sublinhou Luís Neves.

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Na conferência, que se realiza em setembro no Altice Arena, a intenção dos promotores é "trazer ao conhecimento geral as possibilidades que o digital pode proporcionar para uma melhor educação" e acordar aquilo a que chamam "um `roadmap´ de implementação dessas propostas".

"A cimeira (conferência) pretende estabelecer também uma agenda de implementação, que depois vai ser verificada na cimeira seguinte, no próximo ano. Não é mais uma cimeira, um ponto de encontro onde se vai [apenas] conversar, mas que pretende, acima de tudo, ser uma cimeira de ação e de implementação e de compromisso", assegurou Luís Neves.

"O nosso objetivo, enquanto GeSI, enquanto organização empresarial, é proporcionar uma plataforma onde estão as grandes empresas tecnológicas, que desenvolvem as soluções que vão permitir o acesso a uma melhor educação, os diversos 'stakeholders', os diferentes atores que fazem parte deste ecossistema da Educação, para que depois eles próprios se comprometam com uma agenda de transformação, através de soluções digitais e através da implementação do uso do digital", concluiu Luís Neves.