A Associação de produtores de videojogos portugueses (APVP) fez um balanço bastante positivo da presença da comitiva portuguesa na Gamescom 2024, o maior evento da indústria do gaming. Contando atualmente com 29 associados, a associação tem como missão alavancar a indústria nacional de produção de videojogos e a sua promoção, dentro e fora do país.
O crescimento da indústria em Portugal, onde nos últimos anos se regista mais produtores e estúdios, num aumento que reflete a resiliência, consolidação e diversificação do sector, aponta a associação. Por outro lado, aponta que a expansão da indústria se deve aos esforços concertados das empresas nacionais em expandir a presença no mercado global. Em rota inversa, a APVP diz que tem havido um interesse internacional de novos estúdios a estabelecerem operações em Portugal.
A Gamescom, que acabou no último domingo, recebeu mais de 30 mil profissionais na sua área de negócios. Esta área com 230 mil metros quadrados concentravam 1.400 pavilhões, com 48 a representar 37 países. E Portugal foi um dos países estreantes com um pavilhão dedicado nesta área de negócios, naquele que foi um esforço conjunto da APVP, o consórcio eGames Lab e o Gaming Hub da Unicorn Factory Lisboa, onde as empresas tiveram a oportunidade para promover a internacionalização da indústria portuguesa.
Veja na galeria imagens do pavilhão de Portugal na Gamescom:
O presidente da APVP, Jeferson Valadares, destacou a presença de 10 empresas portuguesas no evento, incluindo os estúdios ONTOP, Redcatpig e a One Way Eleven. Também estiverem presentes os prestadores de serviços como a Kokku e fornecedores de ferramentas como a Anybrain e a Testwaves. A comitiva incluiu ainda a presença da plataforma portuguesa de distribuição de apps Aptoide, que recentemente vendeu a sua participação na Faurecia Aptoide Automotive para se concentrar no novo Marketplace para iOS e Android. Astral Shift, Didimo, Fortis Games, Ground Control Games, Camel 101 e Massive Galaxy foram outras das empresas nacionais presentes.
“Mais de 25 empresas portuguesas tiveram representantes no evento e pudemos receber na nossa casa longe de casa um número ainda maior de profissionais portugueses presentes no evento a representar empresas estrangeiras”, sublinhou o presidente da APVP. Além do networking e possibilidade de mostrar os videojogos neste palco global, a presença no evento também serviu para reforçar e aproximar a comunidade portuguesa de produtores, que trabalham tanto em Portugal como no resto do mundo.
Em nota paralela, a APVP participou na Assembleia Geral da Federação Europeia de Produtores de Videojogos (EGDF) que se realizou na Gamescom. A associação esteve envolvido nas discussões de visão e estratégia das congéneres europeias. Jeferson Valadares salienta que a união é fundamental, sendo vital o trabalho conjunto para posicionar a Europa como um centro global de produção de videojogos. Desde o início da atividade que a associação nacional trabalha de perto com a EGDF, considerando que as políticas europeias têm repercussão direta no desenvolvimento da indústria em Portugal. Desta forma é possível aceder a recursos e condições necessárias para que os produtores portugueses possam competir a nível internacional.
O estúdio Camel 101 esteve no pavilhão da Europa Criativa, um programa da União Europeia para o apoio exclusivo aos sectores culturais e criativos. Levou na bagagem o seu próximo jogo Beneath que teve oportunidade de mostrar às editoras e imprensa internacional. A norueguesa Funcom, que tem um braço em Lisboa, também esteve presentes com Dune Awakening, um dos jogos destacados na conferência de abertura Opening Night Live.
Gamescom abriu portas à distribuição internacional
A APVP organizou um evento local Happy Hour, em parceria com a DevGAMM no dia 22 de agosto, acolhendo no pavilhão de Portugal mais de 150 profissionais de diversos países com o objetivo de networking e trocas de ideias. Foi também anunciada a segunda edição do DevGAMM em Lisboa, que se vai realizar nos dias 14 e 15 de novembro. O evento volta a realizar-se em Cascais, tendo confirmados oradores internacionais de empresas como a Mojang Studios, Guerrilla Games e IO Interactive.
Em declarações ao SAPO TEK, Diogo Rato, diretor executivo da APVP, destaca o conjunto heterogéneo de propostas que levaram para o pavilhão de Portugal. “Apesar de ainda não termos recolhido os dados, mas já tenho a informação que houve vários estúdios que conseguiram começar conversas com publishers, houve estúdios que fecharam contratos com publishers, vários dos fornecedores de serviços e ferramentas conseguiram contratos para explorar nos próximos anos”, referindo como muito positiva a participação no evento.
Depois dos dias presentes na área de business, a comitiva portuguesa voltou-se para as demonstrações ao público geral, os consumidores, entre os dias 22 a 25 de agosto. Uma oportunidade de expor alguns dos títulos nacionais aos cerca de 335 mil visitantes.
O recém-lançado Exophobia do estúdio Zarc Attack e Townseek da Whale and Games foram alguns dos títulos presentes. “Ainda não tive oportunidade de falar com eles desde que chegaram, mas tiveram muito boa receção”, refere Diogo Rato, acrescentando que o “mercado atualmente está num ciclo não brilhante e não é o mais promissor, mas do lado B2B, aquele que contactei mais de perto, tivemos pela primeira vez, creio, a ONTOP a mostrar um jogo de realidade aumentada na zona de negócios a tentar angariar a atenção da imprensa e correu muito bem”.
Diogo Rato destaca ainda a presença de Arc Seed da Massive Galaxy no evento da Gamescom no Steam. “Os números da wish list não foram brilhantes, mas foram bons”. O diretor da APVP salientou ainda a passagem de vários publishers no pavilhão de Portugal, onde foram pedidos contactos de estúdios portugueses para publicar, “um fenómeno que não costuma acontecer muitas vezes, eles virem falar diretamente connosco, o que demonstra o um interesse de futuro bastante promissor”.
Depois da Gamescom, a APVP já tem na agenda outras iniciativas mobilizadoras a nível internacional. O Indie Dev Day em Barcelona, que decorre entre os dias 27 a 29 de setembro, junta a APVP ao Gaming Hub do Unicorn Factory Lisboa, o IndieX e a organização do Indie Dev Day criaram a marca Game Ibérica, levam-se estúdios portugueses a Espanha e espanhóis a Portugal. “Dada a cultura indie mais acesa em Espanha, vamos levar seis estúdios a Barcelona, já os escolhemos e vamos ter um espaço dedicado aos produtores independentes de Portugal”. No ano passado foram três estúdios, incluindo a Massive Galaxy, a Digitality e o Game Dev Técnico. E em junho foram também quatro estúdios portugueses a Madrid.
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