Numa altura em que Donald Trump tenta imputar culpas à indústria dos videojogos pelos ataques à mão armada que há muitos anos vitimam crianças em escolas dos EUA, surge um novo estudo que contesta esta linha de ação. De acordo com o psicólogo Patrick Markey, que conduziu uma análise ao perfil de vários atiradores que estiveram envolvidos em massacres desta natureza, 80% deles não demonstrou qualquer interesse por videojogos violentos.
Proibir, ou pelo menos regulamentar os jogos mais violentos "parece ser uma decisão que nos deixaria mais seguros, por isso é uma reação totalmente compreensível", sublinha Markey. "O problema é que a ciência, os dados, não nos ajudam a sustentar essa acusação", conclui.
Apesar desta linha de pensamento estar a ganhar adeptos, há quem enderece críticas mais específicas a títulos de géneros mais violentos, como é o caso dos first-person shooters. Recentemente, os pais de algumas das vítimas de um massacre que ocorreu em 2012, acusaram o estúdio responsável por Call of Duty de atrair jovens para a compra de armas ao utilizarem modelos reais nos seus jogos.
Neste caso, a acusação está a processar a marca de armas de fogo Remington, que é conhecida por aliciar os mais jovens à compra de armas através da criação de exemplares adaptados à sua idade.
Face a este novo cenário, que tem vindo a ser alimentado por Trump, a Entertainment Software Association, que representa a indústria norte-americana dos videojogos, já veio a público dizer que deu a conhecer ao presidente dos EUA "vários estudos científicos" que mostram não existir conexão entre os videojogos e a violência nas escolas. Recorde-se que o líder do executivo norte-americano reuniu-se com vários representantes da indústria na passada semana.
Markey corrobora esta teoria, adiantando ainda que existem provas documentais que mostram que quando sai um novo jogo violento, "o crime desce".
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