A EuroHPC selecionou na semana passada os oito locais onde vão ser alojados os primeiros supercomputadores na Europa, que vão apoiar o desenvolvimento de importantes aplicações em domínios como medicina personalizada, design de medicamentos e materiais, bioengenharia, previsão do tempo e mudanças climáticas.
A Universidade do Minho vai gerir o site em Portugal, juntando-se a Sófia (Bulgária), Ostrava (República Tcheca), Kajaani (Finlândia), Bolonha (Itália), Bissen (Luxemburgo), Maribor (Eslovênia) e Barcelona (Espanha). Ao todo, 19 dos 28 países que participam na EuroHPC - Europeia para a Computação de Alto Desempenho fazem parte dos consórcios que vão gerir estes centros.
No ano passado foi assinado um protocolo entre Portugal e Espanha para a instalação de um supercomputador e que previa a prevê a criação do Minho Advanced Computing Center e agora a escolha da localização dá um novo impulso à utilização da capacidade de supercomputação, reforçando a Rede Ibérica de Computação Avançada – RICA. Segundo o jornal Público o novo supercomputador vai estar a funcionar em 2020 e tem uma capacidade de dez petaflops, cerca de 40 vezes superior à do mais poderoso supercomputador português actual, que também está instalado no Minho.
O investimento previsto é de 11 milhões de euros, que serão parcialmente financiados por fundos europeus, e o supercomputador vai ser instalado no Centro de Supercomputação Avançada do Minho, que funciona em Riba d’Ave, Famalicão, em instalações da REN, a gestora da rede de energia em Portugal, gerido em parceria com a Universidade do Minho
Investimento de 840 milhões de euros
Vão ser adquiridos 8 supercomputadores para instalar nestes 8 locais, sendo 3 pre-exascale, capazes de executar mais de 150 Petaflops, ou 150 milhões de bilhões de cálculos por segundo, que estarão no top 5 global dos supercomputadores, e 5 máquinas petascale, capazes de executar pelo menos 4 Petaflops, ou 4 milhões de bilhões de operações por segundo. Para a instalação destas máquinas está previsto um investimento de 840 milhões de euros.
O supercomputador a instalar em Portugal no MACC - Minho Advanced Supercomputing Center, pertence a este grupo de petascale e a candidatura é apoiada pelo Centro Nacional de Supercomputación (BSC/CNS). Portugal tem ainda uma participação de 10% no consórcio do Barcelona Supercomputing Center , em parceria com a Turquia e a Croácia, contando com o apoio da Irlanda.
A computação de alto desempenho é apontada pela Europa como crucial para gerar crescimento e empregos, mas também para autonomia estratégica e inovação, em áreas tão diversas como a meteorologia, a medicina e a indústria. Com os supercomputadores os cientistas podem melhorar a previsão da evolução dos padrões climáticos locais e regionais, antecipando o tamanho e os caminhos de tempestades e inundações e possibilitando a ativação de sistemas de alerta antecipado para eventos climáticos extremos, mas também conceber novos medicamentos, resolvendo equações físicas complexas que modelam os processos moleculares.
Na indústria as simulações complexas e teste de componentes podem ser usados para a aviação e indústria automóvel, mas a capacidade de gerir dados em larga escala torna a sua utilização um elementi muito relevante no desenvolvimento da inteligência artificial e segurança informática e blockchain.
Está já previsto o reforço do investimento em supercomputação para o orçamento de 2021-2027, com um total de 2,7 mil milhões de euros que quase triplica o valor agora reservado a esta área.
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